Pedestres andam com muita pressa

Curitiba foi apontada como a sexta cidade no mundo, entre 32 pesquisadas, onde os pedestres andam mais rápido. A pesquisa realizada pela entidade britânica British Council – que promove os laços culturais britânicos com países ao redor do mundo – e coordenada pelo professor da Universidade de Hertfordshire, Richard Wiseman, avaliou o ritmo de 35 pessoas nas cidades pesquisadas. Na capital, o tempo médio dos pedestres avaliados foi de 11,13 segundos para percorrer 18,3 metros. A primeira colocada foi a Cidade de Cingapura, em Cingapura, a segunda foi Copenhague, na Dinamarca e a terceira foi Madri, na Espanha.

Os pesquisadores observaram, à distância, pessoas caminhando em uma calçada de uma rua movimentada, larga, nivelada, livre de obstáculos e suficientemente vazia para que as pessoas pudessem andar na sua velocidade máxima. Foram monitorados apenas adultos sozinhos e que não falavam no celular ou carregavam muitas sacolas. Em entrevista à rede de televisão britânica BBC, o coordenador da pesquisa afirmou que a tendência apontada pela pesquisa é que as pessoas estão acelerando o passo e considerou o resultado perigoso porque ?acelerar pode provocar vários problemas, especialmente ataques cardíacos?.

O especialista em direito do trânsito, Marcelo Araújo, fez alguns cálculos que demonstram que a média aferida pela pesquisa é realmente alta. ?Este cálculo significa uma velocidade média de 5,9 km/h. É uma velocidade rápida, pois quem caminha em um parque para treinar, por exemplo, vai a uma velocidade média de 5 a 6 km/h. Em uma caminhada normal, a pessoa anda a cerca de 4 km/h?, avaliou.

Calçadas

O tom da pesquisa é somente a pressa, que acaba se relacionando com a saúde, já que a pesquisa não levou em conta a questão da qualidade das calçadas. E, caso esse quesito fosse levado em conta, o especialista ressalta que a média não seria tão alta. ?Infelizmente, as calçadas, em função do petit pavê, são muito ruins em Curitiba?, afirmou. Além disso, Araújo lembrou que a cidade tem problemas com buracos e pedras levantadas, muitas vezes por causa de raízes de árvores.

Para tentar solucionar o problema do petit pavê, a Câmara Municipal aprovou uma lei ano passado que determina que o pavimento seja mantido somente no setor histórico de Curitiba. No restante da região central, a Prefeitura tem um projeto de revitalização que começou pela Avenida Marechal Deodoro. O material usado agora é o paver.

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