Ônibus

Partidos apelam à Justiça contra aumento da tarifa

O Partido dos Trabalhadores (PT) protocolou, ontem à tarde, uma representação junto ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) contra o reajuste de 15,7% da passagem de ônibus da Rede Integrada de Transporte (RIT) de Curitiba e Região Metropolitana. Hoje é o Partido Verde (PV) que promete ingressar com ação civil pública no Fórum Cível de Curitiba contra o aumento.

Para o vereador Pedro Paulo (PT), o decreto que autorizou o aumento é ilegal. “Estamos questionando a legalidade do decreto que reajustou a tarifa, já que a legislação municipal aprovada há um ano não foi respeitada. O Conselho Municipal de Transporte ainda não foi formado e a licitação não saiu”, afirma.

Ontem à tarde, representantes de movimentos sociais, estudantes e partidos políticos se reuniram na Biblioteca Pública do Paraná para definir ações para pedir a revogação do decreto que autorizou o aumento da passagem.

No próximo sábado, o movimento pretende fazer um ato público na Boca Maldita, às 10h. E, a partir da próxima segunda-feira, deve começar a coleta de assinaturas para um abaixo-assinado que vai reforçar a representação entregue ao MP-PR.

Protesto

Ontem também foi dia de protesto contra o aumento da tarifa, realizado por integrantes da União Paranaense dos Estudantes (UPE) e da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes). No final da manhã, eles atearam fogo em uma caixa, que simbolizava a caixa-preta da Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), e em uma falsa catraca de ônibus.

O local escolhido foi a Rua Presidente Faria, no centro, ao lado de um tubo de Ligeirinho onde, no ano passado, os estudantes se envolveram em um confronto com agentes da Guarda Municipal. “Não há nada que justifique esse aumento. Os funcionários da Urbs não ganham bons salários e a qualidade do transporte coletivo de Curitiba já acabou há muito tempo”, critica o presidente da Upes, Rafael Clabonde.

Durante o protesto, a reivindicação pelo passe livre aos estudantes voltou à tona. “A Urbs sempre alega que não pode nos conceder o passe porque isso aumentaria o valor da tarifa. Agora a passagem subiu e não recebemos o passe”, diz Clabonde.

Diariamente, a diretora de comunicação da UPE, Rafaela Rocha, pega dois ônibus para ir à faculdade, cuja tarifa é paga pelos pais, para ela e seus dois irmãos. “O prejuízo é grande com o aumento, pois, juntos, eu e meus irmãos pagamos seis ônibus por dia. É um dinheiro que deixamos de investir em outras atividades que complementam nossa educação”, lamenta.

Beto Richa critica protesto


Joyce Carvalho e Luciana Cristo

O prefeito de Curitiba, Beto Richa, criticou ontem os protestos contra o aumento da tarifa de ônibus. De acordo com o prefeito, alguns políticos estão agindo de maneira irresponsável ao promover manifestações para desgastar sua imagem pessoal e sua gestão.

Beto disse que a inflação no período de 2004 a 2008, período em que não houve aumento na tarifa, variou entre 34% e 36%, enquanto o aumento na passagem foi de 15,7%. “Esses partidos e políticos querem desgastar a minha imagem e a da administração, mas isso não vai acontecer porque a nossa relação com os curitibanos é forte. Eu assumi com a passagem mais cara do Brasil e temos o melhor sistema, de referência internacional. Ou estas pessoas que são contra não querem a reforma nos terminais, ônibus novos, acessos modernos para deficientes e diminuição na poluição?”, rebateu.

Segundo a Urbs, está prevista a aquisição de 152 novos ônibus até o final do ano, com oferta diária de mais 184 lugares para passageiros. Esse a,créscimo equivale a 8% da capacidade da rede de transporte, que leva diariamente 2,3 milhões de passageiros.