Parque Nacional do Iguaçu completa 68 anos de atividades

O Parque Nacional do Iguaçu (PNI), considerado desde 1986 pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade, completa amanhã 68 anos de atividades. Nesse período, uma das mudanças mais significativas foi a terceirização do serviço de atendimento ao visitante. Os turistas ganharam mais conforto e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, (Ibama) mais tempo para cuidar da preservação do parque. A experiência é inédita no País e o Ibama vem estudando ceder à iniciativa privada a exploração turística de outros parques.

Segundo o chefe do Ibama no parque, Jorge Pegoraro, desde 2000 o visitante encontrou uma nova infra-estrutura. Hoje seis empresas concessionárias oferecem aos visitantes vários serviços como o centro de visitantes, transporte, restaurante, lojas e ambulatório médico. O número de atrações também subiu. Agora é possível chegar bem perto das quedas com o passeio Macuco Safári, sobrevoar de helicóptero as cataratas, andar pelas trilhas na mata, praticar arvorismo e rapel.

O melhor de tudo isto é que o turista participa de várias atividades sem prejudicar o meio ambiente. Segundo Pegoraro, a preservação fica garantida devido ao monitoramento que os funcionários do Ibama fazem, sempre de olho no impacto ambiental. ?Já temos seis anos de experiência e os resultados são positivos. As concessionárias estão satisfeitas e o Ibama também?, comenta.

A concessão criou também 700 empregos diretos. Outro reflexo foi o aumento do número de visitantes. De 2002 até 2005 subiu 20% ao ano, batendo o recorde em 2005, com 1,084 milhão de pessoas. No ano passado, o crescimento esperado era de 10%, mas, no entanto, o número caiu em 12%. São muitas as justificativas. Entre elas a redução do número de vôos para Foz do Iguaçu, o apagão áereo do fim do ano e a seca nos meses de junho a agosto, diminuindo a vazão das quedas. Mas para 2007, Pegoraro está animado e espera um crescimento de 10%.

O aumento do número de visitantes também influencia na arrecadação do parque. São cerca de R$ 10 milhões por ano. Mas o montante não é aplicado só no Iguaçu. Ele vai para o governo federal, que redistribui para outras áreas de proteção ambiental. O Parque Iguaçu fica com 20% a 26% do total. ?O dinheiro é suficiente para a manutenção. Mas seria importante receber mais para a realização de mais projetos?, comenta Pegoraro.

Este ano, o Iguaçu deve dar mais um importante passo. Já está em andamento o processo de concessão do ISO 14.001, mostrando que o local é excelência no cuidado e preservação do meio ambiente.

Para comemorar o aniversário será distribuído amanhã um bolo para funcionários e visitantes. Além disso, serão homenageadas pessoas e instituições, como o Corpo de Bombeiros, que ajudaram a apagar o incêndio que consumiu mais de 50 hectares de floresta do parque, em agosto, no município de Céu Azul.

Diversidade de flora e fauna

O Parque Nacional do Iguaçu (PNI) possui 185 mil hectares e 420 quilômetros de perímetro. No Estado resta apenas 3,4% da floresta estacional semidecidual original e mais da metade forma o parque. Além disso, a mata abriga várias espécies de animais. São 257 tipos diferentes de borboletas, 18 de peixes, 12 de anfíbios, 41 espécies de serpentes, 8 de lagartos, 340 de aves e 45 de mamíferos. Alguns deles ameaçados de extinção, como a onça-pintada e o jacaré-de-papo-amarelo, e algumas espécies de aves bem raras, como a jacutinga, o gavião-harpia e o papagaio-de-peito-roxo.

Entre a flora destacam-se espécies que chegam a atingir 30 metros de altura, como a timbaúva, o cedro, a peroba e os ipês, além das delicadas orquídeas e bromélias. A mata também protege os últimos 50 quilômetros do Rio Iguaçu, antes de ele formar a Cataratas do Iguaçu.

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