Urbanização

Parcerias privadas podem melhorar bicicletários

Uma parceria público-privada (PPP) pode ser a solução para os bicicletários de Curitiba, que já passaram por duas licitações sem sucesso. Hoje, os espaços estão sem poder ser usados pelos ciclistas, a quem restam estacionamentos espalhados pela cidade, considerados pouco seguros pela maioria. Os novos pontos seriam bem mais numerosos que os atuais seis existentes na cidade e, além de servirem de estacionamento, teriam também aluguel de bicicletas.

O início de sua implantação, no entanto, pode demorar alguns meses para acontecer. Segundo o assessor de Projetos Especiais da prefeitura, Maurício Ferrante, uma PPP nesses moldes deve atrair mais interesse dos empresários. “Já temos três empresas interessadas. Estamos apenas aguardando a última ampliação da rede de ciclovias ser concluída”, afirma. As parceiras do município nos empreendimentos poderiam manter os espaços cobrando pelo aluguel e estacionamento dos veículos e ainda lucrar explorando espaço publicitário nos locais.

Daniel Caron
Bicicletas em espaço cedido na UFPR.

Já o vereador Pedro Paulo, líder da bancada do PT na Câmara Municipal, acredita que o setor tem que receber mais investimentos públicos, antes que sejam tentadas soluções com iniciativa privada. “O poder público tem que mostrar que a bicicleta é um veículo importante no conjunto urbano, investindo diretamente na infraestrutura”, avalia. Para ele, ao menos enquanto uma nova licitação ou parceria não é realizada, a prefeitura deveria assumir os bicicletários atuais e abri-los ao público.

O estudante Alecsander Machado, que usa a bicicleta diariamente, acha que a cidade precisa de locais de estacionamento com mais segurança. Frequentador de locais como o Parque São Lourenço – um dos pontos onde foi instalado um bicicletário -, ele diz que não deixa sua bicicleta no local. “Se tivesse mais segurança, deixaria lá”, conta.

Os bicicletários não devem ser o único segmento em que a prefeitura de Curitiba lançará mão das PPPs. De acordo com Ferrante, as parcerias devem também acontecer em uma nova reforma e ampliação do Mercado Municipal, na implantação do Parque da Imigração Japonesa, no bairro Uberaba, e nas obras do futuro metrô.

A prefeitura, conforme o assessor, já tem feito, com sucesso, parcerias menores e mais informais, como adoções de locais por empresas e convênios, como o que garantiu a reforma do Paço Municipal, feito com a Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio).

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