Paranaense que sobreviveu ao Katrina volta para casa

A paranaense Mônica Vassão, que enfrentou a passagem do furacão Katrina em Nova Orleans (EUA), voltou ontem para Curitiba. Ela desembarcou por volta das 11h no Aeroporto Afonso Pena – cerca de uma hora depois do previsto, já que ela perdeu o vôo em São Paulo – e foi recebida pela avô, irmã e dois primos. Mônica chegou ao Brasil já com o retorno marcado, pois volta para os Estados Unidos no dia 24 de setembro.

A publicitária – que estava desde fevereiro naquele país, onde fazia intercâmbio e um curso de design – disse que estava muito contente de voltar para sua cidade. Mônica garante que nunca pensou que poderia viver um horror como o que viveu nos Estados Unidos. ?O próprio governo não tinha idéia da tragédia, pois só tinham alimentos e remédios para 72 horas?, falou. Os momentos que mais marcaram, disse Mônica, foi ver crianças sendo estupradas e ter que dividir a pouca comida. ?As pessoas estavam se matando. Era uma luta pela sobrevivência?, comentou. Os estrangeiros tiveram prioridade no atendimento, contou ela, o que causou preconceito na população local.

Enquanto esperavam o desembarque, a avô de Mônica, Jertrudes Bucco, e a irmã, Sue Helen Bassão afirmaram que estavam muito ansiosas pelo reencontro. Jertrudes disse que preferia que a neta não voltasse mais para os Estados Unidos, ?mas ela pretende completar os estudos?. Mônica já estava no Brasil desde domingo, quando encontrou os pais em São Paulo, onde eles participavam de uma feira de produtos religiosos. Na próxima semana a publicitária volta para os Estados Unidos para terminar o curso. Dessa vez ficará em Kansas, no Missouri, e disse que irá prestar mais atenção na previsão meteorológica.

Janaína

A outra paranaense que também enfrentou o Katrina, Janaína Perin Sória Browder, voltou nesta semana para sua casa em Slidel, que fica a 45 minutos de Nova Orleans. De acordo com o seu pai, o comerciante de Curitiba, Luiz Cláudio Sória, a residência sofreu poucas avarias, o que irá facilitar muito o recomeço. A expectativa de Janaína é retornar ao trabalho – em uma concessionária de automóveis – na próxima semana, já que a água baixou e a rotina na cidade está voltando ao normal.

Enquanto não conseguia voltar para casa, Janaína ficou abrigada com outras doze pessoas da família do marido, o norte-americano Ryan Browder, em uma quitinete. Luiz Cláudio conta que conseguiu enviar, através de amigos, duas malas com roupas. O restante das doações ele ainda não tem previsão de mandar, já que o custo médio cobrado pelas companhias aéreas é de US$ 5 o quilo. Para isso, ele irá organizar um jantar no dia 21 de setembro para conseguir verbas para enviar os donativos aos Estados Unidos. Informações: (41) 3029-0019. 

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