Paranaense no concurso do novo WTC

Pouco mais de um ano depois do atentado ao World Trade Center, em Nova York, arquitetos e engenheiros do mundo todo se apressam em elaborar projetos para a reconstrução das torres-gêmeas. Estima-se que o concurso ? promovido pelo governador do Estado de Nova York, George Pataki, por meio do Lower Manhattan Development Corporation” (LMDC) ? receba cerca de quatrocentas propostas, que serão analisadas por um comitê de especialistas. Apenas uma delas será escolhida. Entre os candidatos, destaque para o arquiteto, engenheiro e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Elgson Ribeiro Gomes, o único do Paraná a participar da seleção.

“O que está em jogo é a idéia de honrar os que morreram na tragédia (2.823 pessoas) e ao mesmo tempo levantar o moral”, aponta o arquiteto, que está prestes a completar 80 anos de idade. Reconhecido pelas dezenas de obras realizadas em São Paulo e em Curitiba, o arquiteto conta que, a princípio, não participaria do concurso. Mudou de idéia quando viu o trabalho de colegas que se inscreveram. “Achei que eu tinha chances, e elaborei o projeto em trinta dias”, conta Elgson, que apresentou, entre outros projetos, o de finalização do prédio do Fórum, no Centro Cívico.

O ícone adotado pelo arquiteto é o trevo (de três folhas), “simbolizando a semente que desabrocha, a natureza que nasce e se regenera, a superação da angústia e do medo e a ressurreição vigorosa da fé e da esperança abalada”. As torres-gêmeas, de 110 andares cada, seriam substituídas por três prédios com 85 andares cada. No centro delas, seria erguida uma torre com 400 metros de altura e, no alto, uma esfera de aproximadamente 40 metros de diâmetro. “A esfera seria uma espécie de laboratório”, explica.

No 60º andar, a idéia é criar uma espécie de Memorial em Homenagem às Vítimas, com grandes círculos em mármore e os nomes escritos em ouro. “Metade será um prédio e metade um mausoléu”, explica. Além de importantes empresas e comércio, a obra abrigaria ainda um hotel a Alfândega Internacional.

Seleção

Entre as mais de quatrocentas propostas, a meta é selecionar vinte finalistas, dos quais cinco serão escolhidos para detalhar melhor seus projetos. Dos cinco, três irão à final e apenas um será o vencedor. Elgson Gomes conta que, a princípio, seis profissionais receberiam R$ 40 mil cada para desenvolver a reconstrução. “Os projetos não satisfizeram e partiu-se então para o concurso informal, como uma tomada de idéias mundial”, explica o arquiteto.

O comitê que julgará as propostas é composto por seis renomados profissionais: Toshiko Mori (arquiteto nova-iorquino), Eugene Birch (diretor do departamento de planejamento regional da Universidade da Pensilvânia), Richard Swet (ex-embaixador na Dinamarca), Kinshaba Holman Conwill (consultor artístico e ex-diretor do Museu no Harlem), Terence Riley (curador de arquitetura e design no Moma) e Michael Van Valkenburg (arquiteto paisagista). A escolha, segundo Elgson, deve acontecer ainda em dezembro.

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