Paraná terá centrais de recolhimento de embalagens de óleos lubrificantes

Em até 90 dias, o Paraná deverá contar com três centrais de recolhimento de embalagens de óleo lubrificante ? que irão atender, em caráter experimental, Curitiba e Região Metropolitana, Cascavel (região Oeste do Estado) e Londrina (região Norte). O compromisso de instalar as centrais foi assumido pelo Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Óleos Lubrificantes (Sindicom), que esteve presente em uma reunião promovida nesta quarta-feira (11) pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e Promotoria de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual com representantes de grandes fabricantes que atuam no ramo de combustíveis, derivados de petróleo e óleos lubrificantes.

O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues, informou que implantação das centrais vem atender parte da solicitação feita pela Secretaria do Meio Ambiente no último mês de maio ? quando ficou estabelecido prazo de 60 dias para que estes representantes apresentassem um plano de gerenciamento dos resíduos gerados em seus estabelecimentos e distribuidores, como oficinas mecânicas, supermercados e lojas de autopeças.

Para Rasca, a proposta apresentada hoje poderia ser melhor. ?Foi uma proposta tímida, mas é o primeiro passo para consolidar a política de recolhimento destas embalagens?, comentou. O coordenador de Centro de Apoio às Promotorias de Meio Ambiente do Ministério Público, Saint Clair Honorato Santos, concordou com o secretário. ?Esperávamos avanços maiores para resolver este grande problema ambiental?, disse.

Segundo Rasca, o setor de combustíveis deve investir também na conscientização dos consumidores e revendedores ? principais responsáveis por destinar as embalagens em meio ao lixo comum. ?Muitos revendedores descartam no meio ambiente frascos plásticos de Polietileno de Alta Densidade (PEAD) contaminados com óleos. O descarte destas embalagens é preocupante, devido ao potencial de contaminação do meio ambiente causado pelo óleo contido nelas. A disposição irregular de resíduos oleosos é uma das práticas mais nocivas aos recursos naturais?, reforçou.

Bom exemplo

Como exemplo ao setor, o secretário citou o trabalho de recolhimento das embalagens vazias de agrotóxicos, realizado junto aos principais consumidores do produto, os agricultores, e às distribuidoras destes produtos no Estado.

?Quando o governador Roberto Requião assumiu o governo, em 2003, o Paraná era o nono estado em recolhimento de embalagens de agrotóxico. Hoje somos o primeiro. De cada 100 embalagens comercializadas, 99 são recolhidas e destinadas de forma ambientalmente adequada?, disse, lembrando ainda que atualmente o Paraná possui 72 centrais de recolhimento de embalagens de agrotóxico em parceria com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), que atua no setor do agronegócio.

?Portanto o mais difícil, que era conscientizar o homem do campo, já foi feito. A conscientização dos consumidores e de seus distribuidores está ao alcance de toda a rede produtiva de postos de combustíveis?, afirmou Rasca.

Câmara Técnica Ambiental

Junto com a implantação das três unidades piloto, os representantes informaram a criação de uma Câmara Técnica Ambiental ? também em 90 dias – para desenvolver os projetos de recolhimento e destinação final das embalagens de óleo lubrificante que foram solicitados na reunião realizada em maio.

?A Câmara irá coordenar os esforços dos agentes envolvidos para definir as estratégias e um plano de ação para a gestão ambiental do setor no Estado?, explicou Antônio Carlos Nóbrega, gerente de meio ambiente do Sindicom.

Segundo ele, a Câmara será responsável por propor, aprovar e acompanhar o cronograma de implantação do plano de gerenciamento dos resíduos, avaliar sua efetividade, controlar os resultados obtidos e definir revisões e ajustes destes processos.

Voltar ao topo