Paraná com os piores índices no Sul

O Paraná, em relação ao Brasil, tem bons indicadores em diversos aspectos, como a queda no número de analfabetos e rendimento mensal acima da média nacional. É o que apontou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2006, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, quando comparado com os estados do Sul, o Paraná tem, de forma geral, os menores índices. Um deles é na educação. Em Santa Catarina, enquanto 99% das crianças e adolescentes de 7 a 14 estão na escola, no Paraná esses números não chegam a 98%.  

Na interpretação do analista do IBGE, Luiz Alceu Paganotto, isso está intimamente ligado à extensão territorial, pois Santa Catarina é menor que o Paraná. ?Em função disso, o Paraná tem dificuldades com o transporte escolar, situação que fica evidente em regiões como o Vale do Ribeira e sul do Estado?, comentou. Já no Rio Grande do Sul, a taxa de pessoas com mais de 60 anos é maior, devido ao desempenho melhor dessa população e o tipo de atividade econômica que desenvolveram, fortemente ligada à agricultura.

Foto: Daniel Derevecki

Paganotto e Santos: índice pior é causado por diferenças.

No tocante aos rendimentos médios dos trabalhadores, no Paraná o valor ficou em R$ 958 em 2006 contra R$ 925 em 2005. Os homens continuam ganhando mais que as mulheres – a diferença chega a R$ 396. Por outro lado, as mulheres são a maioria nos bancos escolares e já ocupam 44,6% da força de trabalho no Estado. A população economicamente ativa no Paraná atinge 66,1% da população e, no período de 2000 a 2006, o percentual de mulheres que integram essa categoria e que completaram o curso superior passou de 8,4% para 10,9%. Entre os homens, esses índices foram de 6% para 7,7% no período.

Outro dado de destaque no Pnad é o número de trabalhadores com carteira assinada, que passou de 1,7 milhão em 2005 para 2,2 milhões em 2006. Na avaliação do chefe da unidade estadual do IBGE no Paraná, Sinval Dias dos Santos, o que pode ter refletido nesse aumento é o programa de incentivos fiscais do governo do Estado, para médias e pequenas empresas. Isso também teria contribuído para a expansão de novos arranjos produtivos, como alimentos e confecção, em regiões como Cafelândia, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Cianorte e Altônia. E também teve reflexo na queda dos trabalhadores domésticos, que passou de 7,86% em 2002 para 7,06% no ano passado. ?Esses trabalhadores estão tendo novas oportunidades com os arranjos?, comentou Sinval.

Ele destacou ainda que o pagamento de salário regional no Paraná, que varia entre R$ 437 e R$ 467, não teve influência negativa nas contratações, ?pois já se pagava mais que o mínimo no Estado, e o que pode ter ocorrido foram adaptações?.

Trabalho infantil tem queda

No período de 2002 a 2006, a Pnad mostrou uma redução no trabalho infantil no Paraná. A taxa de pessoas de 5 a 9 anos de idade que estava ocupada caiu de 2%, em 2002, para 1,6% em 2006, o que representa 14 mil crianças. Entre os jovens de 10 a 14 anos, o percentual dos que trabalham caiu de 12,4%, em 2002, para 9,4% em 2006. A grande maioria dessas crianças trabalham no setor agrícola, atingindo 70% dos que tem idade entre 10 a 14 anos.

Comunicação

Em relação aos domicílios do Paraná, que atingiram 3,1 milhões em 2006, 2,6 milhões tinham telefone: 876 mil tinham somente aparelho celular, 406 mil apenas telefone fixo e 1,3 milhão tinham ambos. Em relação a microcomputadores com acesso a internet, o total era de 560 mil.

Saneamento

Já em relação a esgotamento sanitário, o Paraná saltou de 97,90% das casas com esgoto em 2002 para 98,83% em 2006. Também houve uma pequena melhora na rede coletora, passando de 44,57% para 46,37%, no período: e de 15,12% (2002) para 23,01% (2006) na instalação de fossa séptica.

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