Pais enfrentam fila na Guarda Mirim

Os interessados em inscrever seus filhos na Guarda Mirim de Curitiba estão enfrentando fila, que chega a dar volta na instituição, localizada na Avenida Anita Garibaldi, 2.395, no bairro do Ahu. As inscrições para integrar o programa encerram-se hoje e a expectativa da diretora da Unidade Social Guarda Mirim, Mariselni Vital Piva, é que sejam inscritos cerca de 3 mil adolescentes com 14 anos. Segundo ela, o movimento ontem era maior que o primeiro dia, que teve mais de setecentos, 758 inscritos. Como nos demais anos, estão sendo reservadas quatrocentas vagas para o período letivo de 2003. A partir do dia 15 inicia-se o processo de seleção que prossegue até o fim de novembro. Durante este processo, serão analisadas as condições sócio-econômicas da família e o desempenho dos adolescentes em atividades de dinâmica de grupo e redação. O programa é direcionado para famílias carentes, com renda familiar de até três salários mínimos. A diferença em relação às demais escolas, é que durante um ano o guarda-mirim permanece na instituição o período integral, dividido entre a escolarização e a qualificação profissional.

Um dos atrativos, principalmente apontados pelos pais, é que depois de um ano, o guarda-mirim é encaminhado para atuar nas empresas como aprendiz, mas recebendo um salário mínimo. “Temos mais de setecentos guardas-mirins colocados nas empresas”, ressalta Mariselni. A instituição tem convênio com 103 empresas privadas. Ainda este ano, há guardas-mirins que são colocados no setor público, o que vai ser suspenso no próximo ano.

Segundo Mariselni, 70% dos alunos são meninos. E mesmo depois de colocados no mercado de trabalho, os guardas mirins continuam sendo assistidos pelo programas até completar 18 anos. Além do ensino, eles têm oportunidade de participar de aulas de artes e música e recebem assistência médico-odontológica, psicológica, entre outras. A disciplina exigida pelo programa, abrange entre outras pontos a boa apresentação: os meninos devem estar sempre com os cabelos cortados e as meninas com o cabelos presos. Ambos têm usar o uniforme da Guarda Mirim.

Interessados

A doméstica Rosalina Alves Pereira, que mora em Santa Felicidade, chegou na fila ontem por volta das 8h e mesmo sem ter sido atendida depois de uma hora ela disse que valia a pena ficar na fila. “Sou sozinha para criar dois filhos e acho que aqui minha filha vai ter chances de achar um bom emprego”, declarou. Segundo ela, sua filha é esforçada e tem vontade de ser guarda-mirim. A manicure Neiva Rocha, de Colombo, também enfrentou a fila para tentar uma vaga para seu filho. “Acho que meu filho vai ficar mais disciplinado e poderá ajudar em casa.”

A oportunidade de conseguir um emprego também serve de atrativo para Eduardo Fávero Dias. “Estou animado. Acho que vou aprender muitas coisas e ainda garantir meu futuro”, disse.

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