Pacientes viajam para fazer hemodiálise

A falta de equipamentos de hemodiálise tem feito muitos pacientes de Ponta Grossa deslocarem-se, ao menos três vezes por semana, a outras cidades para conseguir tratamento. Apenas um hospital de Ponta Grossa está credenciado para prestar o serviço. A Santa Casa de Misericórdia tem 22 equipamentos, que conseguem atender 132 pessoas. Mas o hospital tem mais de 150 pacientes que necessitam do tratamento cadastrados.

O problema já é antigo e foi comunicado pela própria Santa Casa em junho do ano passado, quando a unidade atingiu sua capacidade máxima. Uma das soluções apresentadas pela própria Santa Casa seria a utilização dos equipamentos num quarto turno, mas tal medida é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) por sobrecarregar os médicos e funcionários. Segundo a Sesa, tal medida só seria permitida se a instituição tivesse uma equipe específica para atender nesse novo turno, o que é economicamente inviável para a Santa Casa.

A diretora da 3.ª Regional de Saúde, que atende a região de Ponta Grossa, Lenir Monastirsky, reconheceu o problema e revelou que, segundo levantamento da regional, há seis pessoas que acabaram sendo obrigadas a fazer o tratamento em Campo Largo, além de outras que optaram por se clinicar em Curitiba ou Telêmaco Borba. ?Temos parcerias com esses três municípios e acompanhamos de perto o serviço, que é de ótima qualidade. Mas a situação é muito chata, devido ao desconforto do deslocamento para os pacientes e seus familiares?, comentou Lenir. ?Estamos trabalhando arduamente para credenciar um novo serviço e acredito que não vai demorar muito para resolvermos esse problema?, acrescentou.

Duas instituições já se ofereceram para disponibilizar o tratamento de hemodiálise: a própria Santa Casa, que construiria uma nova ala, e o Hospital Ana Fiorino Menarim, de Castro, que prometeu, se credenciado, iniciar os trabalhos em, no máximo, seis meses.

Enquanto não surge na região de Ponta Grossa um novo serviço de hemodiálise, a regional e a Santa Casa estudam uma medida emergencial, que seria colocar à disposição dos pacientes as seis máquinas reservas da Santa Casa. ?É a solução para que menos pacientes precisem se deslocar.?

A reportagem de O Estado procurou Nelson Rodrigues Filho, diretor da clínica Nefromed, responsável pelo serviço de hemodiálise na Santa Casa, mas ele não estava em Ponta Grossa, devendo retornar apenas na próxima semana. 

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