Pacientes encontram dificuldade para conseguir atendimento

Acordar de madrugada e enfrentar uma enorme fila. Esta é a rotina dos moradores do bairro Maria Antonieta, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), que precisam utilizar a unidade de saúde do bairro. É preciso ir para a frente do posto ainda de madrugada para tentar conseguir uma das dez consultas previstas para o dia. Se as vagas forem preenchidas, quem passou horas na fila acaba voltando para casa sem conseguir o atendimento. O posto de saúde disponibiliza consultas com clínico geral, ginecologista e pediatra.  

O morador Emanuel Cristian Urban tentou por um mês uma consulta com um pediatra para a filha de um ano e três meses. Ele conta que o médico atende apenas três vezes por semana, freqüência que não dá conta da demanda da região. São apenas dez consultas por dia, o que obriga os moradores a irem para a fila às 4h da manhã. O posto começa a funcionar às 8h.

Doelini: ?Alguns exames?.

Doelini Lídia Varela, também moradora do bairro Maria Antonieta, chegou ontem ao posto de saúde quatro horas antes do início do funcionamento, para tentar uma consulta para o mesmo dia. Ela fez alguns exames e precisa entregá-los ao médico. Já faz três semanas que Doelini tenta, mas não consegue a consulta. ?Só tem médico de manhã e o número de consultas é limitado. Quem não chega cedo, não tem chance de conseguir a consulta?, explica. De acordo com Terezinha Alves de Oliveira, que também estava na fila ontem, o pediatra atende no posto três vezes por semana; o ginecologista, de segunda a quinta-feira. Somente o clínico geral está todos os dias na unidade de saúde. ?Todos os dias tem fila aqui no posto, mesmo sob forte chuva?, comenta.

Vanilda: ?Sem resposta?.

Mônica Alves Pacheco chegou no local às 6h, para agendar uma consulta com o ginecologista. Ela está tentando uma vaga há três semanas. ?Aí você é obrigado a voltar para casa sem nada. Falta trabalho, chega atrasado para tentar e ainda sai de mãos vazias?, relata. A situação de Vanilda Mendonça Pereira é ainda mais grave. Ela está com suspeita de câncer no seio e aguarda há 15 dias a autorização para realizar um exame com urgência. ?Há um mês vim procurar a unidade de saúde, que mandou para a secretaria o pedido de realização do exame. Até agora não tive resposta?, declara.

Saúde

O secretário de Saúde de Pinhais, Roberto Padilha, afirma que a Prefeitura ampliou a rede de médicos credenciados para dar conta da demanda não suprida nas unidades de saúde. ?Credenciamos um médico pediatra e um clínico geral, que disponibilizam somente para a população atendida naquele posto, o Maria Antonieta, cem consultas mês?, afirma.

Padilha disse estar surpreso com as horas de espera na fila do posto de saúde, uma vez que, com os novos credenciamentos, os próprios gerentes das unidades são incumbidos de encaminhar os pacientes para os médicos. ?Essa reclamação nunca chegou até mim, não entendo por que isso está acontecendo?, diz. 

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