O programa Primeiro Emprego, lançado pelo governo federal, chegou este mês a Curitiba. As inscrições estão abertas e acontecem em vários pontos da cidade. Jovens com idade entre 16 e 24 anos terão a oportunidade de fazer um curso profissionalizante de graça, aumentando as chances de conseguir uma vaga no mercado de trabalho. A meta do programa é empregar pelo menos 30% deles. Para isto, estão sendo feitos contatos com empresários curitibanos. As aulas começam em março.
Katia Pereira da Silva, 18 anos, aguardava com ansiedade a sua vez de fazer o cadastro. Para ela, a oportunidade poderia se traduzir em uma vida melhor. Até hoje só acumulou experiência como babá e nunca teve a carteira registrada. "Isto não dá futuro", afirma. Josilaine Fátima da Fonseca, 19 anos, também estava em busca do primeiro emprego. "Já fiz a carteira de trabalho há um ano e até agora não consegui nada. Eles exigem experiência", reclama.
Kátia e Josilaine são bons exemplos das dificuldades enfrentadas pela maioria dos jovens brasileiros. Para melhorar o quadro em Curitiba, o governo federal está investindo R$ 1,1 milhão e conta com vários parceiros, como as Ongs. Na capital, o programa será desenvolvido pela Fundação Estadual da Cidadania e mais oito entidades.
Os jovens selecionados terão a oportunidade de escolher entre 21 cursos, o que mais se encaixa ao seu perfil. Entre eles: operador de telemarketing, auxiliar de escritório, azulejista, operador de caixa e de artesanato. Para conseguir uma vaga, precisam estar estudando e a renda per capita da família não pode ultrapassar a um salário mínimo. Será dada preferência para aqueles que vivem em extrema pobreza e que nunca trabalharam com carteira assinada. Antes de serem escolhidos, passarão por uma entrevista com uma equipe multidisciplinar.
Além de aprender uma profissão, os jovens também vão participar de atividades que enfocam os estudos e lado social. Terão aulas de português, matemática, educação para o meio ambiente e ainda passar por um trabalho de sensibilização. "Vamos atender pessoas que vivem à margem da sociedade. Queremos motivá-los a voltar a ter uma vida social, que tenham perspectiva de vida e elevem a auto-estima", fala um dos coordenadores da ONG, Maurício Cheli.
Os cursos terão duração de cinco meses, totalizando 400 horas aula. Cheli comenta que estão sendo feitos contatos com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) para a sensibilização dos empresários.
Enquanto recebem a capacitação, os alunos terão que prestar semanalmalmete cinco horas de trabalho voluntário para a comunidade. Eles também receberão uma bolsa auxílio de R$ 150,00, transporte gratuito e lanche. As inscrições terminam no início de fevereiro. Mais informações: (41) 3015-2217.