ONGs juntas para preservar araucária

A Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação, juntamente com a SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), Fundação O Boticário de Proteção à Natureza, Apremavi (SC), Federação das Entidades Ecologistas Catarinenses, Geep-Açungui, Instituto Mater Natura, TNC, Instituto Hórus de desenvolvimento e Conservação Ambiental e Frente Verde do Paraná estão em campanha para o cumprimento das portarias 506 e 507, de dezembro de 2002, que tratam sobre a conservação das áreas de florestas com araucária nos estados de Santa Catarina e Paraná. As entidades enviaram uma carta à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pleiteando uma audiência para tratar sobre o assunto e aguardam a reunião para os próximos dias, onde estarão levantando a necessidade da conservação do bioma.

“Consideramos que a conservação dos últimos remanescentes da floresta com araucária demanda um esforço de maior abrangência, envolvendo as instituições estaduais de ambiente, as universidades, as ONGs conservacionistas e segmentos do setor produtivo que, nos últimos anos, vêm tomando iniciativas no sentido de estabelecer uma política voltada à conservação deste bioma, atualmente reduzido a menos de 0,8% de sua área original”, dizem as entidades na carta enviada à ministra.

A preocupação das entidades é que a pressão exercida por vários setores ligados ao reflorestamento no Paraná, aliado ao setor madeireiro que forma uma grande força política no Estado, possa derrubar as portarias. “As portarias são preventivas para posterior criação de UCs, que evidentemente serão de tamanho muito menor que as áreas ora em estudo e que felizmente, baseadas em Resolução do Conama, estão sob severas restrições. Estas florestas foram extremamente devastadas e há que se salvar o pouco que restou”, diz a diretora executiva da Rede Pró-UC, Maria Tereza Jorge Pádua.

As entidades buscam o apoio do Ministério do Meio Ambiente, para que possa o mais urgente possível instituir as unidades de conservação nessas áreas. “As regiões que concentram a maior quantidade de florestas contínuas e que deveriam concentrar esforços para escolha de unidades de conservação, em um primeiro momento, são as regiões Centro-Sul do Estado e a Serra da Esperança, sem esquecer as outras regiões, devido a situação ambientais diferenciadas”, diz o biólogo Ricardo Miranda de Britez, da SPVS, no artigo disponível no site da Rede Pró-UC (www.redeprouc.org.br). Britez trabalhou como coordenador técnico do diagnóticos dos remanescentes florestais da Floresta com Araucária e conhece bem a situação em que se encontram essas áreas no Sul do Brasil.

Para ele, além da criação das UCs nessas áreas, é preciso uma política mais consolidada de preservação desse bioma. “Enquanto não for implementada uma política regional coordenada pelo governo em conjunto com instituições governamentais e não-governamentais, setor produtivo e principalmente a população local, a conservação deste ecossistema não vai ser eficaz”, conclui o estudioso.

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