ONG na RMC ensina inovação e tecnologia

Tecnologia, educação financeira, defesa de direitos, boxe olímpico, filosofia, robótica… Em Fazenda Rio Grande, tudo isso virou matéria de escola para as crianças e adolescentes atendidos pelo Centro de Assistência e Desenvolvimento Integral (CADI), organização não-governamental (ONG) que atua no município desde 1994.

Nos últimos 18 anos, o CADI fez mais de 60 mil atendimentos em projetos de inclusão social, educação, arte e cultura, esporte e proteção à criança. Mas é na instrução dos mais jovens, com inovação e tecnologia, que a ONG concentra seus esforços.

“Nós não cuidamos de crianças. Nós estamos transformando o mundo”, afirma o presidente do CADI, Marcel Lins Camargo. “Queremos oferecer muito mais inovação do que uma criança típica de periferia poderia ter acesso. Sei que aqui em Fazenda Rio Grande há um monte de talentos escondidos”, aposta.

Desde a implantação da ONG, a realidade do município mudou bastante. “Em 1994 a situação era muito mais precária”, observa Marcel, que diz perceber na comunidade os efeitos da atuação do CADI. “Nós tínhamos um projeto de profissionalização de mulheres na área de estética. Agora a comunidade não precisa mais. Está cheio de salão por aí”, conta.

O professor Adiel Felipe dos Santos, que dá aulas de dança e de robótica, é um exemplo de profissional formado pela ONG. “Meu primeiro emprego, aos 15 anos, foi aqui, na secretaria. Meus irmãos estudaram no CADI e hoje também são professores”, revela.

Marco Andre Lima
Marcel LinsCamargo.

Ajuda patrocinada

Para participar das atividades do CADI, as crianças selecionadas não pagam mensalidade. “Os pais são convidados a dar uma contribuição. Alguns ajudam, outros não, pois não têm nenhuma condição”, revela o presidente Marcel Lins Camargo. “Quase 80% do orçamento vem da iniciativa privada. O resto vem de uma parceria com o município e através de projetos de renúncia fiscal”, explica.

Atualmente, a entidade atende cerca de 300 crianças e adolescentes, a maioria em projetos de contraturno escolar. “Buscamos nas escolas públicas crianças com graves dificuldades de aprendizagem e encaminhamos para atividades diferenciadas”, informa o presidente.

Um exemplo são as aulas no laboratório de tecnologia e robótica. A partir dos 4 anos, as crianças aprendem a criar projetos no computador e levar para a linha de montagem suas máquinas e robôs. “A Nasa levou 50 anos para formar uma geração que levou um robô a Marte. Nós estamos começando agora”, acredita Marcel.

Marco Andre LIma
Garotada atendida pelo CADI aprende conteúdos diferenciados.