ONG lança campanha contra tortura

A organização não-governamental (Ong) paranaense Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (Iddeha), que este ano completa 10 anos, cresce e conquista cada vez mais expressão nacional. O instituto, que começou em 1996 com apenas um telefone, ontem, inaugurou um estúdio de produção de áudio, batizado com o nome do artista plástico e líder sindical Espedito da Rocha. Na segunda-feira, às 15h, a Ong estadual se reúne com o presidente Lula para apresentar a Campanha Nacional contra a Tortura.

Para desenvolver a campanha, o Iddeha participou de uma licitação, com diversas Ongs brasileiras. O fato de ter vencido revela a força da organização. ?Fomos escolhidos pelo estilo da entidade e pela forma direta na qual trabalhamos. A tortura é algo sério e precisa ser desqualificada. O torturador é um criminoso?, afirma o presidente da Ong, Paulo Pedron.

Esse trabalho está inserido no projeto Fala Cidadão do instituto, que tem apoio da União Européia e das secretarias Nacional de Segurança Pública e Especial dos Direitos Humanos, com parceria de ouvidorias da polícia de 11 estados. Com o lançamento nacional na próxima semana, o material produzido pela entidade paranaense, entre folders, cartazes, chamadas para rádios e programetes de duração de cinco minutos começam a circular em todo o Brasil. A campanha alerta a população sobre a tortura utilizada por policiais como instrumento de interrogatório ou estratégia para ?manter a ordem? em situações de cárcere. O conteúdo trata da legislação específica e deixa claro que tortura é um crime como seqüestro, latrocínio e estupro, por isso deve ser denunciado.

Espedito

O tema da campanha produzida pelo Iddeha tem total relação com o homenageado, cujo nome foi ?emprestado? ao estúdio. Espedito, comunista de 85 anos, fez parte do triste episódio da história nacional, a Ditadura. Ele tanto fala sobre a homenagem quanto lembra o sofrimento que viveu. ?Recebo com carinho e surpresa. Fico feliz por terem lembrado de mim e de minha dor por ter sido perseguido, preso e torturado pela Ditadura?, alegra-se o homenageado.

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