Óleo põe em risco bacia hidrográfica

Representantes da Apromac (Associação de Proteção ao Meio Ambiente de Cianorte) e ambientalistas da Proam-SP (Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental) pedirão amanhã, às 8h, durante reunião da Promotoria Pública de Maringá, em regime de urgência, uma análise de riscos de área contaminada pertencente à empresa Nortoil Lubrificantes, no Distrito de Iguatemi, de Maringá. Após a reunião será feita vistoria com o objetivo de determinar quais os parâmetros deverão ser contemplados na análise de riscos, visando a proteção da comunidade do entorno e dos rios que fazem parte da bacia do Paranapanema. Segundo Carlos Bocuhy, conselheiro do Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) e presidente da Proam-SP, o extravasamento dos milhões de litros de óleo estocados poderiam provocar um acidente ambiental de grandes proporções.

A empresa Nortoil Lubrificantes pode ter recebido até 100 milhões de litros desde 1988, e as manchas negras de contaminação já atingiram dois metros de profundidade. A área contaminada encontra-se ao lado do Ribeirão Chapecó, um dos tributários do Rio Pirapó, que é afluente do Rio Paranapanema (divisa de São Paulo e Paraná). Os resíduos em forma viscosa vem sendo estocados em lagoas ou tanques rudimentares, e os semi-sólidos são depositados em amontoados sobre o solo descoberto. “Só foram abertos dois poços de monitoramento, e para uma área com características como essa deveriam ser exigidos mais de dez poços de monitoramento”, diz Bocuhy,

Segundo Ester Langowiski Teresan, representante da Apromac em Maringá, há o conhecimento de quatro áreas de descarte de resíduos fora da empresa. “Queremos a garantia de qualidade de vida e segurança da população do entorno”, diz.

O Ministério Público requisitou do IAP (Instituto Ambiental do Paraná) e da Secretaria do Meio Ambiente do Paraná um levantamento das irregularidades da empresa. Segundo o promotor Manoel Ilecir, foi aberto procedimento investigatório preliminar na promotoria e inquérito criminal. “A empresa foi notificada, mas declarou que o descarte dos resíduos está sendo feita corretamente”, afirma.

Segundo Bocuhy, o problema não vem sendo solucionado do ponto de vista ambiental, e é urgente uma análise de riscos para evitar qualquer ameaça à saúde humana e ao ambiente.

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