Ocupações da capital mudam de perfil

De acordo com o coordenador de regularização fundiária da Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab), Marco Aurélio Becker, a cidade tem hoje cerca de 240 áreas ocupadas. Espalhadas por todas as regiões, os tamanhos variam desde as com quatro ou cinco famílias até as que têm mais de mil. O que chama a atenção no mapa das ocupações irregulares, no entanto, não é o aumento do número de áreas ou o crescimento das mesmas.

?É um fenômeno recente. Nos dois últimos anos estamos percebendo que são poucas as novas áreas ocupadas, mas o que acontece é o adensamento das favelas, um fenômeno de cidades como o Rio e São Paulo. Às vezes tem até mais de três famílias em um mesmo lote, um barraco sobre o outro: é a verticalização?, afirma Becker.

Essas famílias vivem amontoadas e em péssimas condições. Porém, segundo o coordenador da Cohab, infra-estrutura não é a principal reivindicação dessa parcela da população. ?90% ou mais das nossas áreas de ocupação já possuem alguma infra-estrutura e alguns serviços públicos. A situação de Curitiba é boa perto de outras cidades. No entanto, a principal cobrança dessa população é a titulação?, afirma.

De acordo com Becker, até agora foram fornecidos quase cinco mil títulos definitivos, mas estaria faltando em torno de 50 mil famílias. Quando regularizada a situação, a prioridade é manter a família no local. A relocação seria a última alternativa, a não ser que as famílias estejam em áreas de risco ou em beiras de rio: ainda é o caso de dez mil famílias em Curitiba.

Solução

Como a solução requer altos investimentos, está longe de ser alcançada. Apenas a viabilização de um lote de cerca de 130 metros quadrados custa, em média, R$ 7 mil (só o terreno). ?As ocupações devem ser impedidas logo no início. Depois de 15 dias, já começa a se fixar – da lona passa a casas de madeira e depois de alvenaria na área irregular – e a retirada é complicada e de alto impacto social. Considerando que a média de atendimento é de duas mil famílias ao ano, levaríamos uma média de 20 anos para regularizar as situações de moradia irregular de Curitiba?, afirma Becker.

A verticalização do adensamento em áreas irregulares começa a ser percebida já na região do Parolin. No entanto, grandes concentrações de famílias, segundo a Cohab, também aparecem no CIC e no Cajuru.

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