OAB faz debate sobre violência sexual

Obter das vítimas um depoimento judicial eficiente é uma das grandes dificuldades dos profissionais que trabalham com crianças que sofreram violência sexual. Ontem, o assunto foi abordado num seminário internacional promovido pela seção Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR), em Curitiba.

Segundo a presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da OAB-PR, Márcia Caldas, muitas vezes vítimas de abuso têm dificuldades de se expressar em função da própria idade. Elas não entendem ao certo o que aconteceu e temem sofrer novamente ao ter que relembrar determinadas situações. ?Cada caso é um caso. Porém, muitas vezes a criança não se sente segura ao participar de uma audiência judicial. Ela não entende que ali ela não vai ser agredida. Por isso, a ajuda de adultos especializados é essencial no momento do testemunho?, disse a psicóloga e criminóloga canadense Alison Cunningham, que foi convidada a participar do evento.

Segundo Alison, entre as vítimas que mais demonstram dificuldades em depor estão as crianças que foram agredidas pelos próprios pais. Nelas, os sentimentos se misturam e dão origem a uma série de conflitos. Nos depoimentos, Alison acredita que um psicólogo especializado deve servir de tradutor entre a criança e a parte judicial. No Paraná, de acordo com Márcia Caldas, vem se tentando fazer isso desde janeiro deste ano, quando foi criada, na capital, a Vara de Crimes contra a Criança e o Adolescente, ou 12.ª Vara Criminal.

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