Média nacional

Número de fumantes cai 28% em Curitiba, aponta levantamento

A capital paranaense registrou queda de 28% no número de fumantes nos últimos 8 anos. O dado foi obtido no levantamento Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, divulgado no final de abril. No país, no mesmo período, a baixa na quantidade de fumantes também foi de 28%.

No entanto, a maioria dos brasileiros fumantes (85% – 89%) lamenta ter dado início ao hábito. Os dados fazem parte da Pesquisa Internacional de Tabagismo (ITC, na sigla em inglês), apresentado nesta sexta-feira (30), em razão do Dia Mundial sem Tabaco, lembrado amanhã (31).

A militar aposentada Vânia Cristina da Costa, 55 anos, é uma das brasileiras que compõem essa estatística. Ela diz que começou a fumar aos 15 anos, por modismo, que se arrepende da decisão e tem medo das consequências.

“Cigarro é minha válvula de escape. Se eu estou estressada ou tenho um problema grave eu fumo e me acalmo. Aos 15 anos, quando comecei, era moda adolescente. Hoje me arrependo de ter começado a fumar, principalmente, por trabalhar na área de saúde. E tenho receio de ter um câncer de pulmão ou algo assim”, lamenta.

De acordo com a pesquisa, 54% dos brasileiros relatam um alto grau de dependência à nicotina. Os dados mostram que mais de dois terços dos brasileiros fumantes têm uma opinião negativa em relação ao tabagismo e que 80% deles já tentou parar de fumar.

Força de vontade

A maioria dos fumantes brasileiros não quer fumar, apontou a pesquisa, mas o fumante está preso pela dependência e apoia o fortalecimento de ações de combate ao tabagismo. Apesar das dificuldades de largar o cigarro, o engenheiro de sistemas Cleto Praia, 63 anos, mostra que é possível parar.

“Comecei a fumar na adolescência parei e voltei a fumar várias vezes. Agora já tem nove anos que não fumo e não sinto vontade. Pode fumar do meu lado que não me incomodo”, disse.

O estudo foi coordenado pela Universidade de Waterloo, no Canadá, e desenvolvida em 20 países. No Brasil, foram ouvidas 1.830 pessoas de três capitais: São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.