Novos kits de teste da aids e da hepatite C só em 2003

O Ministério da Saúde adiou para 1.º de fevereiro de 2003 o prazo da obrigatoriedade de todos os hemocentros do País em adotar os novos kits para a detecção dos vírus da aids e da hepatite C. A princípio, os testes de última geração conhecidos como NAT (em inglês, nucleic acid test) teriam que estar sendo usados desde agosto último, mas segundo a assessoria de imprensa da Vigilância Sanitária, em Brasília, o prazo foi estendido porque os hemocentros não estariam devidamente equipados. Também faltava capacitação para os funcionários que vão trabalhar com os NAT. O investimento do Ministério da Saúde na implantação dos novos kits é de US$ 40 milhões. Em Curitiba, eles estarão sendo utilizados no Hemepar.

O presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia, Dante Langhi, explica que o uso de teste de biologia molecular vai aumentar a segurança de transfusão de sangue. Além disso, a janela imunológica ? prazo entre a infecção e a detecção da doença ? da hepatite C cairia de 70 a 80 dias para apenas 22. No caso do HIV, o vírus da aids, a janela cai pela metade: de 22 dias para 11 dias. “É um ganho de segurança”, afirma.

Segundo o médico, a principal diferença entre o método antigo e o novo é o momento da percepção do vírus. Enquanto o primeiro detectava o vírus apenas quando o organismo começava a criar anticorpos, o segundo é capaz de detectar ainda no material genético.

Dados nacionais

Estima-se que no Brasil existam entre um e dois milhões de pessoas infectadas com a hepatite C. No entanto, só há 5 mil pacientes em tratamento, segundo dados do Ministério da Saúde. A doença freqüentemente é pouco sintomática em suas fases iniciais e o tempo de incubação geralmente dura de 10 a 20 anos. Isso dificulta um diagnóstico mais precoce. A hepatite C, cuja transmissão se dá principalmente por meio de transfusões de sangue ou uso de seringas contaminadas, é o tipo mais grave de hepatite viral. Estudos mostram que essa doença já é uma importante causa de cirrose e está se tornando um grave problema também para os pacientes de aids.

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