Normativa proíbe o abate de javalis

Enquanto o abate de pombos para controle populacional já recebeu parecer favorável do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em Londrina, o abate de javalis, autorizado desde 2008 por uma portaria do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), foi proibido em todo o País.

A normativa 08/2010 revoga a instrução n.´ 71, de 04 de agosto de 2005, por meio da qual o Ibama autorizava o controle populacional dos javalis com captura e abate.

A decisão foi publicada na semana passada no Diário Oficial da União, e prevê ainda a organização de um grupo de trabalho que deverá elaborar alternativas para minimizar os impactos desses animais, considerados “pragas” já que destroem plantações e, de acordo com biólogos do Ibama, transmitem doenças à fauna nativa. O grupo contará com representantes da superintendência do Ibama no Paraná e outros onze estados.

Segundo Volnei Bisognin, presidente do IAP, a decisão do abate dos javalis já foi revogada no Paraná antes da normativa do Ibama. “A autorização do abate era válida por um ano para solucionar o problema dos arredores do Parque Nacional de Vila Velha, em Ponta Grossa. O prazo encerrou, não foi renovado e não fizemos mais cadastro dos caçadores”, explica.

A psicóloga Rosana Vicente Gnipper, diretora da Ecoforça em Curitiba, acredita que a revogação da normativa é uma vitória. “O abate de animais só pode acontecer depois de esgotadas todas as outras formas de controle e manejo, e em Vila Velha isso não aconteceu”, alerta.

De acordo com Rosana, os animais vieram ao Paraná trazidos por criadores que pensavam em comercializar a carne de javali. Como o comércio não foi lucrativo, os animais foram soltos na natureza e começaram a se reproduzir, já que encontraram alimento nas plantações e não têm predadores naturais na nossa fauna. “Seria possível confiná-los, castrá-los e deixar que eles morressem de forma natural, em último caso. É uma questão ética: não se mata o vulnerável!”, garante.

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