Municípios pedem reabertura da Estrada do Colono

Enquanto a Justiça Federal não termina o relatório que determinará a reabertura ou não da Estrada do Colono – via que liga o Sudoeste ao Oeste do Estado pelo Parque Nacional do Iguaçu, fechada há 19 anos -, as comunidades que habitam a região no entorno do parque, se mobilizam para sensibilizar as autoridades. A saída encontrada pela Comissão Pró-Rebertura da Estrada do Colono – formada por militantes que defendem a causa -foi realizar cultos ecumênicos unindo os moradores dos 17 municípios que circundam a via. O próximo está marcado para sábado, às 9h, na cidade de Capanema.

A região congregada pela Estrada do Colono vive dilemas desde o fechamento da via, em 1986, determinado por uma liminar judicial. Três anos depois, uma ação foi impetrada pelos municípios pedindo a reabertura e, de lá para cá, uma série de intervenções e manifestações foram realizadas, culminando no fechamento definitivo em 2001, sob intervenção da Polícia Federal.

Ao olhar para os danos ambientais alegados para o fechamento, acreditam os representantes da comissão que pede a reabertura, as autoridades acabaram esquecendo do prejuízo social, uma vez que a estrada era largamente utilizada para escoamento de produtos agropecuários. ?Mas agora a maneira de mobilizar não é mais com radicalismos. Pretendemos mostrar que necessitamos da reabertura tanto para o resgate histórico e cultural da colonização do Oeste e Sudoeste, quanto para o desenvolvimento da região, vindo reparar em parte o que os municípios já perderam com o fechamento?, explica o porta-voz da Comissão Pró-Reabertura e vice-prefeito de Medianeira, Ricardo Endrigo.

Deputados

A seu lado, a comissão tem um relatório recebido no último sábado pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados – congregando deputados que estudam desde 2003 o conflito envolvendo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e os moradores. O documento conclui que somente a reabertura trará tranqüilidade à região, e faz sugestões que poderiam aliar as questões ambientais às sócio-econômicas, como pavimentação com pedras irregulares em vez de asfalto; incentivo à agricultura orgânica nos entornos do parque, de modo que não haja prejuízos ao solo e às fontes que compõem a bacia hidrográfica do local; e ainda a utilização controlada da estrada, com limitação de tráfego e horários de passagem. ?Se for reaberta, acreditamos que a população lindeira vai cuidar e preservar ainda mais o local. Todos sairão ganhando com isso?, afirma Endrigo.

A decisão, porém, ainda está nas mãos da Justiça. Os técnicos enviados ao local, para concluir o relatório que servirá de aval para o posicionamento final, têm até o mês que vem para concluí-lo. Antes que a decisão seja tomada, o superintendente do Ibama no Estado, Marino Gonçalves, prefere se resguardar.

?Do nosso ponto de vista, o melhor é a não-abertura da estrada, mas a discussão sobre o que será permitido ou não depende do posicionamento da Justiça. Se ela decidir que sim, daí vamos discutir com a comunidade qual a concepção da estrada. Caso contrário, vamos gastar nossas energias para concretizar o roteiro turístico do Parque Nacional do Iguaçu. Com base numa exploração sustentável, poderemos desenvolver muito mais as comunidades?, acredita o superintendente, que vê melhores oportunidades no desenvolvimento do turismo no local.

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