Mulheres fecharam o 13.º Batalhão da PM

Um grupo de oito mulheres de policiais militares fechou ontem pela manhã o 13.º Batalhão da Polícia Militar, no bairro Novo Mundo, em Curitiba. Nenhuma veículo pôde deixar o local sem a permissão das manifestantes. Elas prometem ficar em frente ao batalhão até que o governo aprove o projeto de reajuste dos PMs, em discussão desde junho. No final da tarde de ontem, o secretário de Segurança Pública, José Tavares, se reuniu com o secretário da Administração, Ricardo Smijtink, para discutir possível reajuste salarial, mas até o fechamento desta edição o encontro não havia se encerrado.

Quando ficaram sabendo da manifestação, vários policiais retiraram os carros de dentro do pátio temendo ficarem trancados no batalhão. Apesar do número pequeno de manifestantes, todas as indicações das mulheres foram seguidas. Alguns policiais chegaram a cortar a tela que cerca o prédio para retirar as viaturas, mas foram impedidos pelas mulheres, sob ameaça de terem os pneus esvaziados.

A representante do Movimento das Esposas de Policiais Militares, Lúcia Sobral disse que elas pretendem pressionar o governo a publicar o decreto que concede um reajuste para os policiais, que varia de 12% a 64% conforme a classe e tempo de serviço. Ela lembra que há vinte dias os policiais civis receberam um reajuste de 120%. “Nós achamos muito justo esse reajuste aos civis, mas queremos que os PMs também tenham o mesmo direito”, falou. O projeto de reajuste, segundo Lúcia, foi elaborado pelo comando da PM, e que apesar de não suprir as necessidades da categoria, representa um avanço salarial para os policiais. Ela comenta que o salário de um soldado que ingressa hoje na PM é de cerca de R$ 600,00. “Mas meu marido que está com 22 anos de serviço ganha R$ 758,00 por mês”, revela.

“Por isso viemos aqui para cobrar uma resposta”, afirmou. As mulheres esperavam a adesão de outras manifestantes ao longo do dia. E não descartavam o bloqueio de outros quartéis. O chefe da Comunicação Social da Polícia Militar, coronel David Antônio Pancotti, disse que o comando da PM entende como legítimo o direito de manifestação das mulheres, mas que seria sem propósito neste momento. Segundo o coronel, as mulheres foram informadas pelo comando-geral da polícia – durante solenidade de formatura no quartel da PM que aconteceu esta semana – sobre os trâmites do projeto, que estaria acontecendo de forma normal e com negociações adiantadas. “Hoje ainda o governador tem uma reunião para discutir o assunto”, revelou Pancotti. Ele afirmou que a PM teria expediente normal, e que ainda não existe uma estratégia para tentar conter o movimento, pois tudo irá depender do desenrolar da situação.

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