Mulheres de militares pedem reajuste

Mais uma vez as mulheres de militares das Forças Armadas foram às ruas para protestar contra o governo federal, ontem, em Curitiba. Elas querem reajuste salarial de 23%, exigindo o cumprimento de um acordo celebrado em julho do ano passado. No entanto, o governo quer dividir o pagamento em duas parcelas: 13% em agosto e o restante para janeiro de 2006. Mas o movimento não quer aceitar a proposta.

Com faixas, apitos e palavras de ordem, o movimento União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas (Unemfa) se reuniu ontem na Praça Santos Andrade e saiu em passeata até a Boca Maldita, exigindo o aumento nos salários. ?Quem paga o mensalão, pode dar uma reposição?, gritavam, se referindo à crise política pela qual o governo vem passando. Num documento distribuído pelo movimento, criticavam o desvio de dinheiro dos cofres públicos em contradição a afirmação de que o governo não dispõe de recursos.

Negociação

Em julho de 2004, o governo prometeu reajustar em 33% o salário dos militares da Marinha, Exército e Aeronáutica. Em agosto do ano passado, pagou 10% e prometeu quitar o restante no primeiro trimestre deste ano, o que não aconteceu. No mês passado, o Unemfa começou a protestar em Brasília e outras cidades.

Elas conseguiram avançar nas negociações e o governo prometeu uma parte para este ano e o restante para o início de 2005. Mas a proposta não agradou. ?Não queremos esmola. Queremos o que foi acordado, de uma só vez?, fala Regina Camargo.

Segundo ela, existem no País cerca de 200 mil militares e, ao longo dos últimos 10 anos, o salário não teve qualquer tipo de aumento. Ela comenta que o vencimento de um sargento correspondia a 15 salários mínimos e hoje gira por volta de cinco. Angela Neves fala que a qualidade de vida dos militares caiu. ?Tivemos que tirar os filhos de escola particular?, exemplifica. Além disso, ela reclama que os servidores precisam estar sempre se atualizando, mas não recebem nenhum centavo a mais por isto.

As mulheres de militares também afirmam que as Forças Armadas estão sucateadas e não existem verbas para manter os equipamentos em boas condições de uso, muito menos para a modernização.

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