MST ocupa sede do Incra em Curitiba

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciaram ontem uma manifestação em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Curitiba, com o objetivo de reivindicar o cumprimento das metas que integram o Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), estabelecido pelo governo federal. ?Queremos que o Incra nos ajude a pressionar o governo para que haja liberação de recursos para o assentamento das famílias que hoje se encontram acampadas no Brasil. Só no Paraná, são cerca de 9 mil famílias que esperam por assentamento?, disse o integrante da coordenação estadual do MST, José Damasceno.

Segundo ele, no início do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu que, até o final de 2006, 400 mil famílias seriam assentadas no País. Porém, até agora, menos de 200 mil tiveram a situação regularizada. ?O governo federal tem um grande déficit com a gente, pois o que foi prometido não está sendo cumprido?, afirmou.

Grande movimentação.

Outras reivindicações do MST são alongamento das dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para vinte anos, com juros de 1% ao ano, sem correção monetária, com bônus de adimplência para quem pagar em dia de 70% do valor da parcela; garantia de regularização dos atuais convênios de assistência técnica; e garantia do crédito de recuperação no valor de R$ 3 mil para todas as famílias que foram beneficiadas com crédito habitação de mesmo valor.

Os integrantes do MST pretendem ficar acampados em frente à sede do Incra da capital até o próximo sábado. No total, devem se concentrar no local cerca de trezentas pessoas. Em outras regiões do País, para que sejam cumpridas as metas do PNRA, integrantes do movimento pretendem acampar em frente a sedes do Banco do Brasil e fechar estradas.

Incra

No fim da manhã de ontem, líderes dos trabalhadores foram recebidos pelo superintendente do Incra no Paraná, Celso Lisboa de Lacerda. Em audiência com os sem terra, ele discutiu itens da pauta de reivindicações, afirmou que grande parte deles é de alçada da direção nacional do Incra, em Brasília (DF), e esclareceu que o instituto tem feito visitas a acampamentos e assentamentos em todo o Estado para verificar quais são as principais demandas e problemas. ?Estamos indo de região a região para ver como se encontra a situação das famílias assentadas e acampadas no Paraná, e saber quais são suas principais necessidades?, declarou.

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