O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Paraná está enviando 1.300 delegados de assentamentos e acampamentos de todo o estado para o 5.º Congresso do MST, em Brasília, de segunda (11) a sexta-feira (15) da próxima semana. Considerado o maior da história do movimento, o encontro deste ano tem como tema Reforma Agrária: por Justiça Social e Soberania Popular. Segundo José Damasceno, da coordenação estadual do MST, 33 ônibus saem do estado nesta sexta-feira (8) à noite.
?O Congresso do MST é um momento de reafirmar a posição política dos trabalhadores rurais em relação à reforma agrária para o campo brasileiro. Importante para fortalecer a militância, unificar o entendimento político, definir os rumos e próximos passos que o movimento vai dar nos próximos anos. Também é uma forma de pautar a necessidade da reforma agrária na sociedade brasileira?, afirmou o líder.
Segundo Damasceno, o Paraná tem atualmente 70 acampamentos onde vivem 9 mil famílias. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária trabalha com a meta de assentar este ano 2,3 mil famílias, ?muito aquém das nossas necessidades?, diz.
No estado, 20 mil famílias estão em 290 assentamentos, número considerado pelo MST como satisfatório, que Damasceno atribui às pressões que o movimento tem feito nos últimos anos, à mobilização e a capacidade de organização.
?Não podemos dizer que é fruto de uma política de governo. É por isso que realizamos encontros como esse de Brasília, para que o movimento fique ainda mais fortalecido?.
Damasceno alerta que o governo tem que estar atento a um fato: os acampamentos estão crescendo cada vez mais recebendo aqueles que são vítimas do desemprego nas grandes cidades, que temem a violência urbana e pela própria raiz do agricultor, que sonha com um pedaço de terra e acredita na capacidade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra de lutar pela reforma agrária.