MP-PR denuncia suspeitos por tráfico de entorpecentes em Londrina

A Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos e Garantias Constitucionais, da Saúde Pública e da Saúde do Trabalhador de Londrina ajuizou nesta semana denúncia criminal por tráfico de entorpecentes contra quatro médicos, um farmacêutico e duas donas de farmácias da cidade. Todos estariam envolvidos na prescrição, produção e venda de fórmulas com substâncias psicotrópicas do tipo anfetamina. As ações penais são assinadas pelo promotor de Justiça Paulo César Vieira Tavares, que desde o ano passado atua no combate à distribuição de receitas médicas com componentes químicos proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Foram denunciados os médicos Agajan Antônio der Bedrossian (ex-secretário municipal de Saúde), Wilson Roberto Fernandes de Oliveira, Roberto Massaki Tanaka e Olmir de Jesus Valsecchi Filho. Os quatro estariam prescrevendo a seus pacientes receitas de medicamentos com substâncias anorexígenas (anfetaminas), o que infringe a Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998, da ANVISA. O farmacêutico Roberto Kazuhiko Nakagawa foi citado por ser o responsável pelas fórmulas e as empresárias Petronila Maria Jacoby Aguiar e Scheila Haide Paz, donas de farmácias, pela venda dos "medicamentos". A infração à portaria já havia sido constatada no ano passado pela Diretoria de Saúde Ambiental da Autarquia Municipal de Saúde de Londrina, que comunicou o fato ao MP-PR. Pelo crime de tráfico de drogas, os denunciados estão sujeitos à reclusão de cinco a 15 anos e multa.

O promotor de Justiça Paulo Tavares afirma que a Promotoria segue atenta à questão das receitas de "emagrecedores" com anfetaminas e outros componentes proibidos. "Esse problema é sério e com a chegada do verão e das férias é importante alertarmos a comunidade sobre os riscos desse tipo de tratamento, que envolve o uso anfetaminas associadas a medicamentos como antidepressivos e calmantes, que têm os efeitos potencializados ao serem ministrados em conjunto", afirma Tavares. O promotor destaca que as fórmulas, oferecidas muitas vezes como "naturais", são produzidas com substâncias químicas que criam dependência dos pacientes, além de resultarem em danos graves ao organismo e, não raro, morte. O telefone de contato da promotoria é o (43) 3372-9200.

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