Motoboys protestam contra projetos de lei

Dois projetos de leis que estão sendo discutidas no Congresso poderão extinguir a profissão de motoboy no Brasil. É o que afirmou ontem, em Curitiba, o presidente do Sindicato dos Motociclistas Profissionais Autônomos de Curitiba e Região, Robson Sponton Prado, durante um protesto envolvendo aproximadamente 50 motoqueiros.

A primeira delas diz respeito à proibição dos motociclistas em circular entre os carros e, a segunda delas, que proíbe os motoboys em andar com garupa. Além disso, eles reclamaram contra a alta carga de impostos que giram em torno do veículo. Os motociclistas partiram do Estádio do Pinheirão rumo ao centro da cidade.

Durante o caminho, os manifestantes colocaram em prática o que uma das leis sugere: que as motos deixem de andar no corredor e passem a ocupar o espaço de um carro.

“O transito virou um caos quando deixamos todo esse espaço livre. Como cada carro ocupa uma média de seis metros quadrados, os motoristas buzinavam e jogavam seus veículos para cima das motos. Constatamos que será impossível mantermos um serviço rápido e ágil desta forma, conforme sugere a lei. Isso acabará com os motoboys”, avaliou Prado.

A outra lei citada pelo presidente, diz respeito à proibição em circular com garupa nas motos com a proposição de evitar assaltos. “A intenção dessa lei é diminuir a violência. No entanto, se a preocupação é com a segurança, não cabe aos motoqueiros honestos pagarem por tal problema, e sim os responsáveis pela segurança pública”, reclamou.

Taxas

O protesto de ontem também serviu para reforçar manifestação semelhante, ocorrida em outubro de 2008, contra o alto custo do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (Dpvat) e do Imposto Sobre a Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) para os profissionais e empresas que utilizam as motocicletas como ferramenta de trabalho.

“Quando o pagamento desses impostos coincidem, desembolso R$ 1 mil apenas para pagar o IPVA e o Dpvat. É muito dinheiro para um veículo tão pequeno”, disse o motoboy Alisson Porto, que trabalha há dez anos na profissão.