Motoboys protestam contra normas

Cerca de cem motoboys se reuniram ontem, em Curitiba, para protestar contra alguns itens da Resolução 219/07 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que estabelece as normas de segurança para o transporte remunerado de cargas por motocicletas ou motonetas. Os manifestantes pedem a dispensa do uso do colete com faixas reflexivas durante o dia, que as caixas de transporte continuem como são hoje e isenção do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de motos novas porque, assim como os táxis, a resolução determina que as motocicletas passem a ser veículo de aluguel, usando placa vermelha.

?Nós vamos passar da categoria de particular para aluguel. Só que um veículo com placa vermelha desvaloriza cerca de 40% na hora de vender. Nós concordamos, mas assim como funciona para os taxistas, queremos isenção do IPI?, explicou o presidente da Associação dos Motociclistas e Motoboys do Estado do Paraná (Motopar), Carlos Alberto Nemitz. Os motoqueiros se reuniram em frente à Câmara Municipal de Curitiba e de lá partiram em direção à Assembléia Legislativa. ?Queremos chamar a atenção para tentar que algum deputado leve nossas reivindicações para Brasília?, explicou.

Cerca de 30 motos saíram da Câmara Municipal, mas cerca de cem chegaram à Assembléia. Eles não foram recebidos por parlamentares, já que segundo funcionários não havia deputado algum na Casa. Porém, certamente chamaram a atenção dos motoristas que transitavam na região. Os motoboys foram em comboio pelo centro e, antes de parar em frente à Assembléia, trancaram por cerca de cinco minutos a Avenida Cândido de Abreu em frente à Prefeitura. O barulho de motor e buzinas foi alto durante todo o trajeto, em especial em frente à Casa Legislativa. ?O vereador de Curitiba Luizão Stelfeld (PCdoB) se propôs a encaminhar um ofício à Assembléia para que algum deputado nos ajude?, contou Nemitz.

Com a pressão dos protestos, que já aconteceram em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, o presidente da Motopar espera também que o Projeto de Lei 6.521/06, do deputado federal Fernando Estima (PPS-SP), que prevê isenção de IPI para motos de até 125 cilindradas de fabricação nacional e destinadas ao uso como ferramenta de trabalho, tramite mais rápido no Congresso Nacional.

Caixa e colete

A resolução do Contran determina que as caixas colocadas nas motos para transporte de objetos tenham largura máxima de 60 centímetros e altura máxima de 70 centímetros a partir do assento do veículo. Os profissionais reclamam que isso vai trazer muito prejuízo porque os motoboys que trabalham com entregas que exigem tamanhos maiores, como quem presta serviço para lavanderias, floriculturas, entregadores de gás, de água ou de autopeças, não vão poder mais levar as mercadorias.

Quanto ao colete reflexivo, o presidente da Motopar reconhece a importância, mas argumentou que durante o dia não faz diferença e só vai servir para que o motociclista passe calor. ?De dia nós já andamos com o farol ligado. E as faixas reflexivas não fazem diferença. À noite, sim, é importante?, defendeu. De acordo com dados da Companhia de Urbanização de Curitiba (Urbs), a Região Metropolitana de Curitiba tem cerca de 40 mil motoboys circulando. Entretanto, Nemitz defende que esse número é maior. O controle exato só poderá ser feito quando os veículos forem da categoria de aluguel.

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