Morte levanta discussão

A polêmica sobre o aluguel de cães de guarda foi reavivada no fim de semana por causa da morte de uma cadela da raça rottweiler, no Cajuru. O animal fazia a guarda de um terreno na Rua Sanito Rocha, próximo ao Hospital Cajuru. Outro caso na Barreirinha, no sábado, quando um cão de aluguel atacou outro que passeava com seu dono na rua, também é exemplo da situação delicada das empresas do ramo. Em meio a esses casos que colocam em risco a vida dos cães e até das pessoas que passam perto dos locais vigiados, a discussão já chegou ao Ministério Público Estadual (MP), que move ações civis públicas contra três empresas do ramo e defende a proibição da atividade.

O MP pediu o fechamento das empresas. Porém, conforme informações da assessoria do órgão, denúncias informais chegam à Promotoria de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente com freqüência, dando conta de que estariam operando de forma irregular, sem placas e alvará. A ONG SOS Bicho recebeu mais de 200 denúncias de maus-tratos contra cães de aluguel no ano passado. ?Não há fiscalização nessas empresas e têm que ser proibidas de funcionar?, afirmou a presidente da ONG, Rosana Gnipper.

Projeto

O secretário municipal do Trabalho e Emprego, Manassés Oliveira, pleiteia a alteração do texto de projeto de lei de sua autoria (na época em que era vereador) que propõe normas para o funcionamento de empresas de cães de aluguel. Segundo a assessoria de Oliveira, o secretário quer que a atividade seja proibida por lei, numa tentativa de proteger os animais e evitar crimes ambientais.

Na última reunião sobre o assunto na Câmara de Curitiba, no mês passado, o MP, por meio do promotor de justiça Sérgio Cordoni, sugeriu a proibição da atividade, e não a regulamentação.

O projeto de Manassés foi votado em primeiro turno e aguarda substitutivo para ser reencaminhado ao Legislativo.

Dono defende fiscalização

Na opinião dos proprietários de empresas de aluguéis de cães, proibir não surtirá resultado. O dono da empresa Feroz Cães de Guarda, Jair Pereira (que tinha a posse da cadela morta no domingo), afirmou que a única atitude que resolveria seria fiscalizar e punir as empresas clandestinas, o que, na sua opinião, não ocorre. ?É preciso criar normas para a atividade. Hoje há duas, três empresas regulares na cidade, a maioria é clandestina. Conheço várias que não põem nem placa?, denunciou. Com relação à cadela que morreu domingo, Pereira explicou que a levou para autópsia, mas os veterinários teriam dito que seria muito tarde para que o exame apontasse a causa da morte. Porém, o empresário sustentou que a cadela pode ter sido envenenada. A Feroz Cães de Guarda possui 600 animais para aluguel. A empresa funciona há oito anos. Há cerca de 20 empresas do ramo em Curitiba.

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