Mortalidade de bebês está baixando na capital

Resultados apresentados ontem pela Secretaria Municipal da Saúde apontam redução na mortalidade infantil em Curitiba. Em 2001 a taxa foi de 13,7 mortos por mil nascidos vivos, 6,8% menor do que o índice do ano anterior, quando foram registradas 14,7 mortes a cada mil nascidos vivos. Em números absolutos, foram 62 óbitos a menos em um ano, de 432 óbitos em 2000 para 370 em 2001. E a tendência é de nova redução da taxa de mortalidade infantil este ano. No primeiro semestre foram registrados 146 óbitos infantis, contra 185 do mesmo período de 2001.

A intenção é chegar até 2005 com menos de dez óbitos por mil nascidos vivos. Para atingir essa meta, o secretário municipal da Saúde, Michele Caputo Neto, comenta que é preciso investir mais em tecnologia, ampliar a rede de apoio e sensibilizar a população. Além do programa Mãe Curitibana, que investe no planejamento familiar, foi criado há um ano e meio o Pacto pela Vida, um acordo realizado entre a Secretaria, comunidade e entidades cientificas ligadas ao setor. Este último vem sendo apontado como um dos responsáveis pela redução da mortalidade infantil, pois 101 vidas foram salvas desde sua implantação.

Defesa da vida

A partir do “Pacto pela Vida” foram implantados comitês locais de defesa da vida, estruturados em 76 unidades de saúde, envolvendo mais de mil voluntários na vigilância às mães e recém-nascidos de risco. Ernani da Silva, que integra o comitê Anjos do Bairro do Atuba, conta que além de abordar e orientar as gestantes de risco, ele freqüenta a família das grávidas a fim de conhecer a realidade de cada uma delas. “Se elas não fazem parte do Mãe Curitibana, encaminhamos”, relata. Mais de cem voluntários integram o comitê do Atuba.

A somatória de esforços vêm resultando na redução da taxa de mortalidade fetal em Curitiba. Enquanto em 2000 ocorreram 11,6 óbitos fetais por mil nascidos vivos em 2001 foram 9,4/ mil vivos, representando uma diminuição de 87 óbitos fetais em um ano (341 óbitos em 2000 e 254 em 2001). Para o baiano Gevanildo da Silva, que está em Curitiba há um ano e meio, período em que se dedica ao Anjos do Bairro, os números comprovam a “força da solidariedade”. Ele ressalta que está sendo possível resgatar a auto-estima das famílias.

O secretário Caputo Neto conta que também estão sendo ampliados os serviços de atendimento aos recém-nascidos de risco, em especial prematuros e crianças de baixo peso ao nascer. Até o ano de 2000, o SUS (Sistema Único de Saúde) de Curitiba contava com 43 leitos de UTI neonatal e 30 leitos de UCI (unidade de cuidados intermediários) neonatal. No ano de 2001 e no primeiro semestre de 2002 foram implantados quinze novos leitos de UTI neonatal e 43 leitos de UCI neonatal. Também estão previstos para este ano mais dez novos leitos de UTI neonatal e quinze de UCI neonatal no Hospital de Clínicas da UFPR. Ele cita ainda a reabertura da maternidade Vitor Ferreira do Amaral (maio 2001) e a implantação da vigilância da alta hospitalar em menores de um ano, residentes em Curitiba.

Mas, há uma demanda crescente. Segundo o secretário, já foi constatado que 45% dos internamentos nas UTIs neonatais da capital são de pessoas de outras cidades.

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