Lava Jato

Moro aceita denúncia contra braço-direito de Richa por corrupção na PR-323

Foto: Jorge Woll / DER

Duas pessoas próximas ao ex-governador e candidato ao Senado, Beto Richa (PSDB), se tornaram réus na Operação Lava Jato nesta quarta-feira (5). Aceita pelo juiz Sérgio Moro, a denúncia atinge o ex-chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, e o empresário Jorge Theodócio Atherino, além de ex-executivos da Odebrecht. O caso está relacionado à Parceria Público-Privada (PPP) firmada para exploração e duplicação da rodovia PR-323. Richa segue como investigado.

Entre os 11 denunciados, estão os ex-executivos da Odebrecht, como Benedicto Junior, Luciano Pizzato e Luiz Antônio Bueno Junior, que citaram repasses de propina à campanha de Beto Richa, quando ele foi reeleito governador do Paraná.

Segundo a denúncia, em 2014, o Grupo Odebrecht, por intermédio de Benedicto Júnior, Bueno Júnior e Pizzato, teriam feito um “acerto de corrupção” com Deonilson Roldo, quando este era chefe de gabinete de Richa. O acordo teria como contrapartida a limitação da concorrência da licitação da PPP da PR-323, favorecendo a Odebrecht, que tinha interesse direto em executar a obra.

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Pelo “acerto”, a empreiteira pagaria R$ 4 milhões a Richa, por intermédio de Roldo. De acordo com os executivos – que já se tornaram delatores do esquema – cerca de R$ 3,5 milhões foram efetivamente pagos, entre setembro e outubro de 2014. Segundo o sistema de contabilidade de propinas da Odebrecht, foram feitos três repasses de R$ 500 mil e dois de R$ 1 milhão.

As investigações apontam que os pagamentos foram feitos pelo Setor de Operações Estruturadas, o chamado “núcleo da propina” da Odebrecht. Essas operações envolviam condutas de ocultação e dissimulação do dinheiro, por meio de contas secretas no exterior e que eram controladas pela empreiteira, com operadores de câmbio negro e operações de dólar.

Defesa

Por meio de nota, a defesa de Richa disse que “entende que as alegações do Ministério Público Federal não apresentam qualquer sustentação. O ex-governador sempre pautou suas ações baseado nos princípios legais”. O tucano acrescentou que “a obra de duplicação da rodovia PR-323 nunca aconteceu. Também nenhum recurso público, de origem federal ou estadual, foi aportado na licitação.

Não houve também qualquer direcionamento em licitação. Tanto é assim que a Corte Especial do STJ decidiu de forma unânime que tal investigação deva ocorrer na Justiça Eleitoral, na qual será comprovada, sem sombra de dúvidas, a lisura dos atos do ex-governador. Infelizmente, tornou-se comum delatores apresentarem falsas afirmações na tentativa de se verem livres das penas que, certamente, serão condenados pelos graves crimes praticados”.

A defesa de Jorge Atherino disse que ainda esta analisando o teor da denúncia. A Gazeta do Povo tenta contato com os outros denunciados.

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