Os habitantes das Moradias Zimbros, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), estão reivindicando a construção de uma via, com asfalto, calçada e arborização, na continuidade da Rua Airton Greiffo. Esta foi construída para a saída dos moradores do Condomínio Residencial Vila Velha, há mais de vinte anos.
Com o tempo, formou-se uma passagem para o acesso da comunidade, inclusive com uma ponte para pedestres sobre o Ribeirão Campo Comprido. A área é propriedade do condomínio, que decidiu recentemente levantar mais muros para cercar o restante do terreno. A passagem será mantida, segundo os representantes do conjunto, mas as comunidades vizinhas querem a implantação de uma rua.
O presidente da Associação de Moradores das Moradias Zimbros, Senivaldo Pereira Santana, explica que a passagem é o único elo com a estrutura que o bairro oferece. Para percorrer outro caminho, a distância aumenta em mais de dois quilômetros. Ele conta que a comunidade não quer mais a passagem, mesmo com a promessa do condomínio em conservá-la: “Precisamos de uma rua, que seja aberta para o tráfego, com segurança, calçada, arborização. Uma rua decente”, resume. “Se hoje vier um caminhão do Corpo de Bombeiros para atender um incêndio, a casa vai ficar toda queimada, porque não tem acesso.”
De acordo com ele, se a passagem for fechada ou não houver a construção de uma rua, as Moradias Zimbros e a Vila Sandra vão ficar isoladas. “Já procuramos a Prefeitura diversas vezes. Protocolamos um abaixo-assinado e várias consultas pelo telefone 156. Tentei no Ippuc (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba) e informaram que não existe projeto nenhum. Pediram para ligar na Secretaria Municipal de Obras e também foi falado que não existe nada. Fica um empurra-empurra.” Ele lembra que antigamente havia uma ponte maior, com capacidade para a passagem de carros, que ficou comprometida com a erosão. A Prefeitura construiu outra menor no local.
Santana diz que está conversando abertamente com os representantes do condomínio. Existe, porém, um grande conflito na região, pois alguns moradores estão derrubando os muros construídos pelo conjunto. “Estamos esperando a Prefeitura para resolver o problema. Há um impasse grande. Não queremos a construção de um beco porque isso vai piorar a violência. Haverá muitos assaltos e roubos”, acredita.
O porteiro do Condomínio Residencial Vila Nova, José Kowalski, conta que existe um inquérito policial sobre o assunto. Os moradores derrubaram três vezes o muro, que começou a ser construído há um mês. O prejuízo é grande com o vandalismo, pois eles precisam ser refeitos constantemente. De acordo com ele, foi elaborado o projeto para as obras a partir da planta do terreno. “Tudo está regular, inclusive com o aval de fiscais da Prefeitura.”
Kowalski informa ainda que o muro de uma creche situada em frente ao residencial, no início da passagem, também ocupa a área particular. O condomínio decidiu manter tudo e somente colocar as barreiras no restante do terreno. “Estão sendo deixados seis metros a partir do muro da creche”, declara. Ele completou que a Rua Airton Greiffo termina antes da passagem, e que nunca foi construída uma ponte para carros no ribeirão. “O conflito está grande porque a comunidade não quer ceder”, avalia.
Estudo
A administração regional de Santa Felicidade informou que foi procurada na semana passada por líderes comunitários do conjunto Zimbros e está providenciando um estudo técnico topográfico junto ao departamento de patrimônio do município para diminuir os questionamentos sobre a ocupação imobiliária da região. A regional já informou diretamente aos moradores que nos próximos dias, assim que o estudo ficar pronto, agendará um encontro para discussão do assunto.