Moradores pedem estrada

Moradores de Mandaguari, cidade próxima a Maringá, prometem fazer uma manifestação para reivindicar a construção de uma rodovia que contorne a cidade, retirando o tráfego pesado de dentro do município. A cidade é cortada pela BR-376 e, por conta disso, registra a passagem de cerca de cinco mil veículos que trafegam sentido Maringá ou Apucarana pela estrada todos os dias. A rodovia alternativa, embora já tenha projeto pronto, ainda não tem previsão de ser construída. O motivo é que da é motivo de uma batalha jurídica entre a concessionária que opera a via, a Viapar, e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

Embora ainda não tenha data marcada, a manifestação está sendo organizada pela Associação Comercial e Empresarial da cidade (Asseman) e pela Agência Regional de Desenvolvimento (ARD), com apoio das associações de bairros, entidades de classe e da igreja. ?Será uma manifestação da comunidade, sem qualquer vínculo político?, diz o presidente da ARD, Eduardo Carvalho. ?Vamos fechar a rodovia durante algumas horas para que sintam o drama de ter de conviver com a estrada cortando a cidade?, reivindica.

A reivindicação dos moradores, porém, pode estar longe de ser atendida. Carvalho lembra que nos contratos de concessão a construção de uma via alternativa só era prevista para 2021. ?Mas antes de o Jaime Lerner deixar o governo (em 2002), foi feito um aditivo no contrato para que uma das pistas do contorno saísse já em 2007 e a outra, em 2008?, conta.

A assessoria de imprensa da Viapar confirma a informação e afirma que, embora já haja projeto para fazer a via, a construção só poderá ser viabilizada após a realização das desapropriações nos entornos, o que cabe ao governo do Estado. De acordo com a assessoria, foram apresentados dois traçados para a obra, um alternativo, R$ 15 milhões mais barato que o primeiro. Mesmo assim, o DER teria optado por executar o mais caro.

A versão do governo é diferente. De acordo com a assessoria do DER, não são apenas as desapropriações que estão sendo discutidas, mas o custo da obra. O DER afirma que o custo inicial previsto nos contratos de 1997 era de R$ 57,6 milhões (já atualizados). Quando foi acrescentado o aditivo, este valor teria passado a R$ 25,5 milhões, mas, no projeto repassado recentemente pela concessionária, o valor da obra saltaria para R$ 73,9 milhões.

De acordo com o DER, o projeto alternativo não seria aprofundado, sendo essa a única opção executável. A questão está sendo discutida na Justiça, uma vez que, segundo o governo, executar a obra nestes termos implicaria em aumento das tarifas de pedágio.

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