Moradores de Almirante Tamandaré preparam manifestação

Hospital fechado, estudantes freqüentando escolas em turnos intermediários e crianças desnutridas. Estes foram os principais problemas levantados na última quarta-feira em uma reunião de moradores no município de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba. Como ninguém da Prefeitura compareceu, eles resolveram marcar um ato religioso para protestar e chamar a atenção das autoridades. No dia 24 deste mês vão fechar o trevo da Avenida Anita Garibaldi, na divisa com Curitiba, fazendo uma via sacra.

A moradora Jocélia Alves Fonseca fala que a saúde é a área mais debilitada. Além do hospital fechado há três meses os postos de saúde não tem condições de atender a demanda. Ela afirma que mora em uma região onde há 20 mil famílias e a unidade de saúde oferece apenas dezessete consultas para pediatra. Quem não consegue atendimento vai procurar ajuda em Curitiba.

Para conseguir uma consulta odontológica os moradores dizem que enfrentam um verdadeiro calvário, mesmo levantando às 4h da manhã não há garantias de conseguir uma senha para ser atendido. Almirante Tamadaré também está perdendo seus habitantes naturais, as mães da cidade precisam se deslocar até Curitiba para realizar o parto.

A educação também é alvo de reclamações. Jocélia fala que há três anos algumas escolas operam em três turnos. A primeira turma entra às 7h30 e sai às 10h30; a segunda começa às 10h30 e vai até às 13h30; depois é a vez do terceiro turno. Com este horários, os alunos acabam estudando apenas três horas por dia e o lanche servido para quem está na escola no hora do almoço não é adequado, como canjica e arroz doce.

Segundo o padre da Paróquia da Barreirinha, Leocádio Zytkowski, que apóia o movimento, os moradores reclama ainda que faltam vagas nas creches municipais, as ruas estão esburacadas, sem acostamento, e a Pastoral da Criança enfrenta dificuldades. (EW)

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