Missa de Corpus Christi defende geração de renda

Pelo menos seis mil fiéis participaram na tarde de ontem da missa de Corpus Christi, realizada em frente à Catedral Basílica de Curitiba. Celebrada ao ar livre pelo arcebispo D. Pedro Fedalto, a missa foi seguida pela tradicional procissão e encerrada com a benção do Santíssimo. Os aspectos enfocados durante a celebração este ano foram relativos ao Mutirão para a Superação da Miséria e da Fome – reflexão proposta pela Conferência Nacional Bispos do Brasil (CNBB). De acordo com o padre Pedro, pároco da Catedral, a idéia era apresentar projetos de geração de renda durante a celebração. “Nossa intenção não é recolher cestas básicas para distribuir, mas incentivar a geração de renda, o trabalho”, comentou.

A celebração de Corpus Christi contou com a participação de padres de inúmeras paróquias de Curitiba e região, além de seminaristas e ministros da Igreja.

Corpo de Cristo

Dom Pedro Fedalto, arcebispo de Curitiba, explicou que a data “é a celebração do corpo e do sangue de Cristo, presente na Eucaristia.” “A Eucaristia é a comunhão, na presença de Cristo e seus irmãos. E deve ser sobretudo de solidariedade”, salientou. Quanto à procissão – seguida por milhares de fiéis -, Dom Pedro diz que se trata de um ato de fé. “É um ato de adoração, louvor, reparação e súplica que se faz à Igreja. Uma multidão no mundo inteiro acompanha”, falou.

Em Curitiba, a missa na Catedral Basílica teve início por volta de 15h. Aproximadamente às 16h15, os fiéis deixaram a Catedral e seguiram pelas ruas Barão do Cerro Azul, Carlos Cavalcanti, Trajano Reis, Praça Garibaldi, Alameda Dr. Muricy e de volta à Praça Tiradentes. A Polícia Militar fez a segurança, com três viaturas e quatro motos do BPTran. Também uma ambulância e o Corpo de Bombeiros estavam presentes para atender qualquer eventualidade.

Outras paróquias que celebraram Corpus Christi ontem, inclusive com a confecção de tapetes, foram a de Nossa Senhora do Rosário de Belém, no bairro Centenário; paróquia Nossa Senhora do Sagrado Coração, Pinheirinho; paróquia São Pedro Apóstolo, Xaxim; paróquia São Pedro, Umbará; paróquia São Francisco de Assis, Xaxim; paróquia Santo Antonio Orleans e São José, em São José dos Pinhais.

Fiéis reforçam a sua fé

Entre os fiéis presentes na missa de Corpus Christi estava a aposentada Raquel Miranda, 77 anos. “Participo há mais de vinte anos da missa e da procissão. Vou continuar seguindo a procissão enquanto as minhas pernas agüentarem”, prometeu. Segundo ela, trata-se de uma “homenagem ao Santíssimo Sacramento.”

A dona de casa Maria Ferreira Gatski foi à procissão e levou também as duas filhas, Damaris, de 15, e Marilu, 8. “É um meio de agradecer o sacrifício que Jesus fez por nós, morrendo pelos nossos pecados”, comentou. Para o casal Miguel e Renis Banas, que participa das celebrações de Corpus Christi há quase vinte anos, também não se trata de sacrifício. “É o ponto máximo de nossa religião”, definiu Miguel.

Chuva prejudica tradição da Lapa

A chuva forte que atingiu Curitiba e municípios vizinhos no início da manhã de ontem também atrapalhou a tradicional confecção de tapetes de serragem nas ruas da cidade da Lapa, a cerca de 60 km da capital. A montagem dos tapetes acontece há setenta anos, sempre no dia de Corpus Christi. Envolve toda a população e atrai centenas de visitantes.

Às duas horas da madrugada de ontem, muitas pessoas deixaram suas casas e foram até a praça principal, em frente à paróquia de Santo Antônio, para iniciar a confecção. Às 7h30, a chuva começou a cair e o trabalho teve que ser suspenso. Quase tudo que já havia sido feito foi destruído.

Para quem levantou da cama cedo, a decepção era total. “Este ano, esquecemos de lembrar a São Pedro que na Lapa não pode haver chuva no dia de Corpus Christi”, brincou a lojista Rosângela Augustinhak. “A chuva deixou toda a população da cidade entristecida. Infelizmente, este ano as ruas da Lapa não vão poder ser enfeitadas com tanta beleza para o feriado.”

Segundo a funcionária pública municipal Katia de Oliveira, a população começou a se organizar para confeccionar os tapetes há cerca de um mês. “Este ano, os desenhos deveriam ser baseados na vocação dos discípulos de Jesus”, lembrou. “Há um mês, começamos a elaborar os desenhos, a pedir doações de serragem nas serralharias e a comprar tinta para colorir os tapetes. É uma pena que a chuva tenha atrapalhado nossos planos.”

A estudante Franciele Camargo participava da confecção de um tapete vivo, onde seriam utilizados peixes decorativos. Seu tapete seria uma das grandes atrações do feriado deste ano. Devido ao mau tempo, ela teve que recolher os peixes e guardar a idéia para o ano que vem. Também seriam confeccionados tapetes solidários, montados com remédios, alimentos e roupas doadas pela comunidade a entidades carentes da cidade.

Missa

A chuva também impediu que a missa de Corpus Christi fosse realizada ao ar livre, na praça principal, em meio aos tapetes. A celebração foi transferida para o Santuários de São Benedito.

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