Microempresas querem crescer

Rosilene Zonin é proprietária de uma empresa de bijuterias. Ela queria conseguir um financiamento para expandir os negócios, mas reclama que o pouco tempo no mercado dificulta o acesso ao crédito. Este é apenas um dos problemas que os pequenos e microempresários enfrentam para continuar com as portas abertas. Mesmo assim, o segmento é responsável por 60% dos empregos gerados no País. Hoje é o Dia da Pequena Empresa, e o superintendente do Sebrae em Curitiba, Hélio Cadore, defende que o governo trate esses empresários de uma maneira diferente, para que possam crescer mais e gerar novos postos de trabalho.

Cerca de 1,5 milhão de pessoas estão à procura de trabalho todos os anos, e as empresas que existem não conseguem absorver toda a demanda. Na avaliação de Hélio, o País não tem tratado como deveria os principais geradores de emprego. Se as grandes empresas são as responsáveis pela maior parte da arrecadação, são as pequenas que geram mais postos de trabalho.

Segundo Hélio, de 1996 para cá, 94% dos empregos foram criados pelos pequenos empresários, o que contabiliza 1,4 milhão. Enquanto os grandes criaram apenas 30 mil.

Além disso, 50% dos municípios brasileiros têm até 10 mil habitantes, e 90% de até 50 mil. Nessas cidades não há grandes empresas, e são os pequenos negócios que sustentam a economia local.

Entre as várias medidas para impulsionar a atividade, Hélio defende a redução dos impostos. Comenta que o projeto enviado ao Congresso Nacional pelo governo, o Super Simples, vai ajudar a fomentar o setor e ainda tirar muita gente da informalidade. Hoje no Brasil 56% dos trabalhadores não têm carteira assinada, e nenhum benefício previdenciário. Eles estão atuando em 13 milhões de empresas informais.

O Super Simples quer atingir pessoas com renda de até R$ 3 mil mensais. Entre eles o pipoqueiro, o vendedor de cachorro-quente e o ambulante. O governo abriria mão dos impostos federais e eles contribuiriam apenas com a Previdência e para o Fundo de Garantia, mas com valores bem menores. Ainda este ano o projeto deve ser votado.

Mas só isso não basta. Hélio chama atenção dos prefeitos para que abram as licitações para os pequenos empresários, além de fomentar a criação de novos negócios.

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