O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) instaurou procedimento administrativo na tarde de anteontem contra o médico C.R.C; de 60 anos, que atua no litoral paranaense. O pedido foi feito pela direção técnica da Santa Casa de Paranaguá, alertada de que o profissional iniciou ontem de manhã a sua jornada de trabalho “em completo estado de embriaguez”. A medida não tem o caráter punitivo, mas sim preventivo. Ele ficará impedido de exercer a profissão se não se submeter ao tratamento de alcoolismo, que será acompanhado pela Câmara Técnica de Psiquiatria do CRM, que há dois anos vem desenvolvendo um programa de assistência e reabilitação específico para médicos.
A interdição ética de profissionais da medicina, sob a condição de tratamento, já vem sendo utilizada pelo CRM como instrumento de proteção à sociedade e aos próprios médicos dependentes. Atualmente, dois médicos estão sob acompanhamento dos integrantes da Câmara Técnica. Há outros casos de profissionais que se encontram em processo de reabilitação em iniciativas pessoais ou por interferência de familiares, mas também sob orientação do Conselho de Medicina, que vem centrando esforços nesta área depois de detectar em pesquisas o acentuado percentual de médicos e acadêmicos dependentes de drogas, lícitas ou não.
O médico, afastado das funções ontem, é graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e não contava com qualquer denúncia de infração ética junto ao conselho. Sua identidade foi preservada pela entidade fiscalizadora sob o entendimento de que sua condição é a de doença. A direção técnica do hospital também reforçou a sua posição de contribuir para a reabilitação física, psíquica e moral do funcionário-plantonista.