Medicina paliativa atenua sofrimento de pacientes com câncer avançado

Pacientes em estado avançado de câncer, na sua maioria, são atendidos em centros de emergência. Para que estas pessoas recebam um atendimento mais humanizado e não sejam “descartadas” pelo sistema de saúde, é preciso que os profissionais responsáveis estejam preparados para realizar um tratamento paliativo. Esta é a opinião da diretora do Núcleo de Cuidados Paliativos do Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, Lilian Hennemann, que participou como palestrante no 2º Encontro Brasileiro de Enfermagem, em Medicina de Emergência, que ocorre paralelamente ao 4º Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência, em Curitiba.

 

Segundo Lilian, o câncer é a segunda causa de morte no Brasil. Este quadro, de acordo com a médica, é devido ao atraso no diagnóstico e tratamento da doença, o que acaba por diminuir a possibilidade de cura e potencializa o avanço da doença. Este problema leva o paciente para um quadro crítico de saúde, mas não quer dizer que o tratamento deve ser descontinuado, defende a especialista, pois há alternativas para diminuir a dor intensa, falta de ar, emagrecimento acentuado, insônia e outros sintomas graves da doença.

 

Qualidade de vida

É neste cenário, que a medicina paliativa surge como uma forma de conceder ao paciente mais dignidade e qualidade de vida, mesmo em casos terminais da doença. “A medicina paliativa está sustentada em três importantes pilares, que são a valorização do paciente, a ética profissional e a comunicação”, disse Lilian. “Pacientes em estado avançado de câncer são tratados, muitas vezes, como pessoas que chegaram ao final da sua vida e que, portanto, não merecem mais a atenção devida. Esta situação é inaceitável do ponto de vista humano, científico e profissional”, completou.

Embora a utilidade e importância da medicina paliativa sejam conhecidas pelos profissionais da saúde, ela foi reconhecida como área de atuação médica apenas em 2011. “O reconhecimento demorou, mas foi um importante passo para tornar esta área uma especialidade médica e ampliar o preparo técnico das equipes que atuam no atendimento de emergência”, finaliza.