Medicina é o curso mais concorrido da UFPR

Neste domingo começa a maratona de provas para 46.087 candidatos que irão concorrer a uma das 4.112 vagas, distribuídas em 69 cursos, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Publicidade e Propaganda é o curso mais concorrido. As provas – oitenta questões de múltipla escolha sobre conhecimentos gerais – serão realizadas em 65 locais de Curitiba, a partir das 14h. Essa será a primeira fase da seleção, já que metade desses candidatos irá para a segunda etapa do concurso, que acontece nos dias 11 e 12 de dezembro. Junto com o vestibular, também acontece a seleção para a Escola Técnica, onde 4.045 inscritos estão concorrendo a 555 vagas em 13 cursos.

Todos os candidatos devem apresentar, para ter acesso aos locais de prova, o documento de identidade original e o comprovante de ensalamento, que deve ser impresso pela internet no endereço www.nc.ufpr.br. Para facilitar para os candidatos que não tenham acesso a computadores, a UFPR montou um posto de atendimento na sede do prédio histórico, na Praça Santos Andrade, que vai funcionar até às 17h30 de sábado – até ontem, 35.729 já tinham impresso o documento.

A vice-reitora em exercício na reitoria, Maria Tarcisa Silva Bega, alertou que os candidatos devem chegar aos locais de prova com antecedência, já que os portões serão fechados às 13h30. ?Isso vale para todos, mas principalmente para os candidatos que farão provas na PUC e Centro Politécnico, onde o trânsito costuma ficar mais complicado?, comentou. Nessa edição do vestibular, a UFPR adotou uma mudança para aumentar a segurança do concurso. Os candidatos que concorrem ao mesmo curso farão as provas em um único local. Maria Tarcila explicou que, em casos de fraudes, serão anuladas apenas as provas daquele curso onde ocorreu o problema, e não o vestibular todo. ?Isso é apenas uma precaução, já que há mais de dez anos – o último ocorreu em 1995 quando foi descoberta uma transmissão eletrônica de resultados – não temos problemas no concurso?, disse.

Números

Neste ano a UFPR recebeu um número maior de inscritos – em 2004 foram 44.277 – a maioria dos inscritos são mulheres (25.022). Os cursos mais concorridos são Medicina, com 31,27 candidatos disputando uma vaga, seguido de Publicidade e Propaganda, com 30,87 por vaga, e Jornalismo, com 28,03 por vaga. Um número maior de candidatos optou para que o seu desempenho no Exame Nacional de Cursos (Enem) seja validado – foram 20.497 contra 12.718 em 2004. O número de cotistas, porém, caiu. Os afrodescentes somam 1.825 e os cotistas de escola pública, 11.141 – na edição anterior eles somavam cerca de 15,3 mil candidatos.

Na interpretação de Maria Tarcisa isso ocorreu devido ao mecanismo de controle adotado pela instituição, assim como, pela exigência de que os cotistas de escola pública precisariam ter cursado os onze anos em escola pública. Os candidatos chamados treineiros, que são alunos que ainda não concluíram o ensino médio, somam 2.146 inscritos, e segundo a vice-reitora, eles são retirados da segunda fase para não interferir no resultado final do concurso, que será divulgado no início de 2006.

Professores apontam supostas irregularidades

Alguns professores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) denunciaram, ontem, à Procuradoria Geral da União, supostos acordos irregulares entre a universidade e o Instituto Tecnológico de Desenvolvimento Educacional (ITDE) na promoção de cursos técnicos profissionalizantes, e de especialização à distância em municípios do interior do Estado. De acordo com o grupo de professores, há uma série de procedimentos não cumpridos para a execução dos cursos em funcionamento na Escola Técnica da UFPR, como ausência de autorização pelo Ministério da Educação (MEC), e de titulação mínima tanto para ingresso de alunos quanto para o corpo docente.

O professor Wilson Soares estima que até 88 mil alunos possam estar participando dos cursos nos 199 municípios paranaenses onde são desenvolvidos, o que resultaria, segundo ele, em uma arrecadação de cerca de

R$ 18 milhões. ?Ele (o ITDE) dá o curso, arrecada o dinheiro e quem dá o diploma é a Federal. O problema é que os alunos estão confiando no nome da universidade e os diplomas que vão receber sequer terão valor?, afirma.

Eleitoral

O diretor da Escola Técnica, Alípio Leal, nega as acusações de irregularidade e afirma haver desconhecimento por parte do grupo que fez as denúncias do funcionamento da instituição. ?A universidade tem credenciamento do MEC para oferecer os cursos. É denúncia eleitoral da oposição?, justifica, fazendo referência às eleições para reitor da UFPR, que acontecem na próxima quarta-feira. Ele justifica que existem especializações de nível técnico sem a exigência de mestrado para o corpo docente ou curso superior para os alunos, e garante que os cursos não são pagos.

O presidente do ITDE, Marcos Aurélio Paterno, enfatiza que o instituto não possui fins lucrativos. 

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