Mato e poças geram revolta em Pontal

Moradores do município de Pontal do Paraná, no litoral, estão revoltados com as condições em que ainda se encontram as ruas da cidade, mesmo passado o período de maior movimento da temporada. Eles reclamam da falta de manutenção das vias públicas, que acumulam mato pela falta de roçada e retêm a água da chuva, formando poças que dificultam a passagem e atraem mosquitos. Iluminação também é problema. Segundo comerciantes e veranistas, as noites em Pontal são cada vez mais escuras e perigosas. A Prefeitura afirma que tem trabalhado para dar conta das reivindicações, ainda que com efetivo insuficiente.

A professora Jussara Riva Finatti, de Curitiba, passa as férias todos os anos na casa que possui no balneário de Shangri-lá, em Pontal. E ao chegar, o cenário é semelhante temporada após temporada, segundo ela. ?Tem mato na rua, poças de água parada, iluminação pública que não funciona. A gente encontra tudo como se não estivesse ninguém vindo para cá?, afirma. Dessa vez, tal como nos verões anteriores, ela procedeu ao mesmo ritual: protocolou um pedido de limpeza na Prefeitura. Mas este ano a resposta demorou mais a chegar. ?Ano passado até que foi mais rápido. Quinze dias depois que pedimos começaram os serviços. Mas, dessa vez, a temporada praticamente terminou e tudo continua como antes.?

Reclamação semelhante tem o comerciante Ivel Neiverth, dono de um supermercado na Avenida Edu Pool, a central do balneário. Ele explica que, nas ruas que dão acesso à via, passar à noite chega a dar medo. ?É incrível a escuridão aqui na área central. Tenho outro comércio nas proximidades e, como a rua é muito escura, fechamos antes de anoitecer?, conta. Com parte das lâmpadas queimadas, os poucos postes que existem não dão conta de iluminar as ruas suficientemente. Após insistentes reclamações junto à Prefeitura (que em Pontal detém a responsabilidade sobre a questão), o empresário chegou a marcar com um X os postes com lâmpadas queimadas, indicando-os aos responsáveis. ?Mesmo assim as lâmpadas não foram trocadas?, conta.

Muito mato e pouca luz acabam servindo de esconderijo para vândalos e assaltantes – fator para o qual muitos proprietários de terrenos também contribuem, deixando de roçar suas propriedades. Um passeio pelos balneários de Pontal denuncia que essa combinação é freqüente (e que, apesar das multas, ainda tem muita gente preferindo deixar o mato acima de um metro de altura, invadindo calçadas e ruas). ?Faz anos que tenho casa aqui e nada muda. Acaba servindo de esconderijo para meninos usarem drogas, assustando quem passa na rua. E a iluminação pública, mesmo sendo cobrada, praticamente não existe?, protesta ainda a aposentada Jacira Guimarães, que tem casa no balneário de Santa Terezinha.

O vice-prefeito de Pontal, Lizair Marcelino da Veiga, explica que a falta de roçada nas ruas está relacionada ao pouco efetivo disponível para o trabalho. Para cada um dos 42 balneários da cidade existem três homens destinados a esse serviço. Mas a Prefeitura alega que não teria possibilidade de aumentar o número porque o serviço é terceirizado. ?Existe um convênio com uma empresa responsável pela limpeza da cidade e roçada nas vias públicas. Também acho o número disponibilizado pequeno, mas enquanto o contrato vigorar não podemos fazer nada?, explica. O caminho encontrado pela Prefeitura foi encomendar máquinas. ?Estamos adquirindo um trator-escova para limpar as ruas, o qual já deve estar na Secretaria de Obras e logo começa a operar.? O contrato ainda deve vigorar por cinco anos.

Com relação à iluminação pública, o vice-prefeito diz que há três equipes trocando as lâmpadas queimadas na cidade. ?Além disso, adquirimos cinco mil novas luminárias de oito meses para cá e estamos instalando pelo município, que hoje tem 70% de sua área atendida pela iluminação pública.? Veiga afirma ainda que, com relação à roçada dos terrenos, há três meses é estabelecido pela Prefeitura que, mediante o não cumprimento de solicitação para manuntenção, a multa será aplicada junto ao IPTU.

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