Marginalidade é rotina na Riachuelo

Prostituição, tráfico de drogas, homicídios e assaltos a pedestres fazem parte da rotina das ruas Riachuelo e São Francisco, no centro de Curitiba. A criminalidade presente nos locais tem afastado clientes de estabelecimentos comerciais e está fazendo com que pessoas desviem caminho para não passar entre o cruzamento das duas ruas.

“Quem passa pela Riachuelo e pela São Francisco são apenas moradores, trabalhadores e proprietários de estabelecimentos comerciais presentes no local. As outras pessoas morrem de medo”, comenta o proprietário de uma galeria de artes há oito anos localizada na Rua São Francisco, Ricardo Tod.

O presidente da recém-criada Associação de Moradores, Comerciantes, Prestadores de Serviço e Amigos da Rua São Francisco, Cláudio Márcio Antunes, que inclusive pôs uma faixa de protesto contra a violência na janela de seu apartamento, localizado na São Francisco, conta que o tráfico de drogas e a prostituição acontecem a qualquer hora do dia ou da noite.

Segundo ele, os traficantes e as prostitutas utilizam hotéis e bares da região para se esconder e fazer “negócios”. “Os hotéis que funcionam principalmente na São Francisco são, na verdade, motéis que abrigam pessoas que lidam com o tráfico de drogas. Não são voltados a turistas. Nesses locais, o tráfico corre solto”, afirma.

O proprietário de salão de beleza Antônio Marques de Araújo, que há treze anos trabalha na São Francisco, acredita que tanto sua rua quanto a Riachuelo possuem grande potencial turístico e deveriam passar por um processo de revitalização. “São ruas antigas e que levam a pontos importantes da cidade, como o Largo da Ordem e o Teatro Guaíra. Se não houvesse tanta violência, essas ruas poderiam ser bastante freqüentadas por turistas, que dariam vida à região”, acredita.

Os comerciantes e moradores acham que, para solucionar os problemas, seria necessária a cassação dos alvarás de funcionamento dos bares e hotéis que supostamente dão abrigo a traficantes de drogas, além da disponibilização de policiais que, a pé, cuidassem da segurança das ruas. “Na Riachuelo e na São Francisco, as pessoas não podem sequer parar seus carros por alguns minutos. Os marginais quebram os vidros e levam bolsas e outros pertences. Já o tráfico de drogas e a prostituição não envolvem apenas adultos, mas também adolescentes e mesmo crianças. A situação é terrível e nos deixa bastante chateados”, denuncia Cláudio.

Projeto

O capitão Luiz Marcelo Maziero Jakiemiz, da primeira Companhia do 12.º Batalhão da Polícia Militar, responsável pela segurança nas ruas Riachuelo e São Francisco, diz que constantemente são realizadas abordagens nos hotéis e bares que estariam dando cobertura ao tráfico de drogas. De acordo com ele, existe um projeto que prevê, em conjunto com órgãos da Prefeitura de Curitiba, a criação de ações mais intensas nas duas ruas, evitando a circulação de prostitutas e traficantes.

A Prefeitura, por sua vez, informa que no momento não existem projetos específicos que prevejam a revitalização da Riachuelo e da São Francisco. Entretanto, as duas ruas estão incluídas no projeto Centro Vivo, realizado em parceria com a Associação Comercial do Paraná e que tem como objetivo a revitalização do centro da cidade.

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