Liberadas anteontem por mandado de segurança, as locomotivas da família Matarazzo que haviam sido apreendidas pelo prefeito de Bebedouro (SP), Davi Peres de Aguiar, chegaram ontem ao Paraná. As duas locomotivas, que ficavam no museu da família, estavam sendo transferidas a Curitiba para serem restauradas pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), quando o prefeito proibiu a retirada das locomotivas de Bebedouro, alegando que elas pertencem ao patrimônio histórico do município. A família recorreu na Justiça e, após 15 dias paradas, as locomotivas foram liberadas.
A parceria entre a família Matarazzo e a ABPF tem como finalidade pôr as locomotivas em funcionamento para que façam a ligação entre Antonina e Morretes, e operem em outras cidades. “Queremos fazer parcerias com diversas prefeituras”, afirma o diretor de administração da regional do Paraná, Carlos Dias Correia Augusto.
Segundo ele, as locomotivas vão dar início ao projeto “De Volta aos Trilhos”, criado e dirigido pela ABPF com o objetivo de tirar as máquinas das praças para colocá-las novamente em prática. Todas as locomotivas do Paraná vão receber o mesmo tratamento. “É besteira deixar uma máquina parada em locais públicos para serem depredadas ou pichadas, está atitude não tem sentido se é possível fazer melhor”, ressalta Carlos.
Para o dono das locomotivas, Fernando Matarazzo, este projeto é muito importante pois além de preservar a história ferroviária do Paraná, amplia o setor de turismo de várias cidades.
Ações
Mesmo com o problema resolvido, a família Matarazzo ainda não esqueceu a ação do prefeito de Bebedouro em relação a suas locomotivas e vai adiante com os processos judiciais. “O prefeito foi mal assessorado. Qualquer um sabe que apreender algo que já tem dono é ilegal”, afirma Fernando Matarazzo. Segundo Fernando, o próximo passo da família é processar o prefeito por danos morais e abuso de autoridade.