Lixo em terreno baldio é problema no Bairro Novo

Ratos, mosquitos, baratas e mau cheiro são o resultado do lixo jogado em um terreno baldio localizado entre as ruas Tijucas do Sul e Coronel Domingos de Freitas, no Bairro Novo, em Curitiba. Diariamente, latas, garrafas, perecíveis e outros produtos são despejados no local por catadores de papel, o que vem incomodando os moradores da região. Os moradores não sabem a quem pertence o terreno.

“Os catadores largam os produtos não aproveitados para venda no terreno. Já tentei conversar com eles e explicar que o lixo está nos gerando problemas, mas eles não querem saber”, conta o operador de máquinas Álvaro Ribeiro, que mora há onze anos ao lado do terreno baldio. “Uma vez reclamei e fui até xingado por um catador. Agora, tenho até medo de falar alguma coisa.”

A esposa de Álvaro, a dona de casa Miriam Ribeiro, teme pela saúde da neta, de dois anos de idade. A todo momento, ela fica cuidando para que a menina não vá brincar perto do terreno. “Não vou nem passear com ela perto do lixo. Morro de medo que ela e outras crianças da região peguem alguma doença”, afirma.

A dona de casa Ivone de Oliveira, que há onze anos mora na Rua Coronel Domingos, conta que já chegou a encontrar um cavalo morto jogado dentro do terreno. “Tudo isso nos gera muito desconforto. Em dias de sol, o mau cheiro é tão forte que entra dentro das casas”, comenta. “Alguns catadores também costumam colocar fogo no lixo que despejam, o que não nos permite nem colocar a roupa no varal para secar”, completa.

Segundo Ivone, o terreno, por estar em estado de abandono, também acaba se tornando ponto de encontro de desocupados e marginais. “Os marginais se escondem no matagal que se forma no lugar e ficam incomodando os moradores. Dá muito medo”, diz. “Tenho uma filha de 14 anos que, a partir do próximo mês, vai ter que, praticamente, atravessar o terreno para chegar à escola. Já estou preocupada e nem penso em deixá-la fazer o percurso sozinha.”

A Prefeitura de Curitiba, de acordo com o inspetor de qualidade Claudemir Alves Ferreira, que há oito anos mora no Bairro Novo, já foi comunicada do problema, mas até agora nada fez para resolvê-lo. “Só eu já liguei duas vezes para a Prefeitura. As equipes aparecem no local, dão uma olhada na situação, vão embora e não fazem nada para resolver o problema”, declara. “Nossa saúde está em perigo. Quando chove a água se acumula no lixo jogado, criando inclusive condições ideais para o desenvolvimento do mosquito da dengue.”

Identificação

Na tentativa de resolver o problema, o administrador regional do Bairro Novo, Gerson Sabino, comunicou que a Prefeitura vai tentar identificar os responsáveis pelo terreno baldio. Na seqüência, o proprietário será notificado e terá que fazer a limpeza do local e o cercamento do terreno. Caso não cumpra a determinação, será multado. “Terrenos abertos estão sempre sujeitos a se tornarem lixões a céu aberto. A colocação de cercas é uma forma de inibir a ação das pessoas que despejam o lixo”, informa.

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