?Dez anos em busca dos grandes tubarões? é o título do primeiro livro do mergulhador, cinegrafista submarino e documentarista Lawrence Wahba. Em Curitiba para o lançamento do livro, ontem, ele falou do novo trabalho e da paixão pelo mergulho, em especial pelos tubarões. Com 30 anos de prática e 19 de contato com os tubarões, Wahba espera menos preconceito e mais respeito com esses animais.
?São duas mensagens que pretendo passar. A primeira é entender que o tubarão é essencial para a saúde dos oceanos. A segunda é saber que a palavra tubarão abrange 450 espécies, uma variedade muito grande. Mais da metade das espécies são pequenas e apenas 10% são potencialmente agressivas ao homem. Portanto, é preciso quebrar essa imagem preconceituosa do animal?, esclarece Wahba.
No livro, o mergulhador conta um pouco sobre as várias expedições que participou. Ele cita lugares como Austrália, Bahamas, Havaí, Cuba, Recife, Búzios e Ilhas Galápagos – que considera especial. ?Todos são lugares maravilhosos para mergulho, mas Galápagos é fantástico pela variedade e riqueza da vida marinha e pela surpresa que é o lugar. Lá você nunca sabe o que vai encontrar?, conta.
Sobre os riscos da profissão, Wahba diz que são muito pequenos. ?Se você souber o que está fazendo, não há risco. Dos mais de 700 mergulhos que fiz, 99% deles foram sem gaiola de proteção. O importante é controlar o medo, entender o animal e saber qual a motivação dele para atacar?, diz Wahba, que parece conhecer cada detalhe do bicho.
Paulista, 37 anos, Wahba diz que o mergulho é uma paixão de infância. Ele começou a mergulhar com o pai e o tio, em Búzios, aos sete anos. O primeiro tubarão o mergulhador encontrou em Fernando de Noronha, aos 18 anos, quando ficou fascinado. O projeto de ir em busca dos grandes tubarões veio em 95 e durou dez anos. ?Estávamos em uma expedição para fora da costa de Santa Catarina, quando encontramos um tubarão raposa que, capturado, acabou morrendo. Ver esse tubarão morto me motivou a escrever o que sentia pelos tubarões?, revela.