Jovens procuram emprego em embarcações de turismo

Sem conseguir emprego em terra firme, muita gente tem tentado trabalhar em alto-mar. A disputa por uma vaga em navios de turismo tem sido cada vez maior, principalmente entre os jovens. Porém, é ilusório achar que a vida a bordo é dotada apenas de grandes aventuras e diversão.

Segundo a diretora do Centro de Capacitação em Turismo e Hotelaria (Ceceth), em Curitiba, Isabela Teixeira, os tripulantes chegam a trabalhar quatorze horas por dia e precisam ter muita estrutura física e emocional. ?Quem acha que só vai passear e fazer festa acaba não agüentando uma semana. As cobranças são muito grandes?, afirma.

Apesar da pressão, o ganho financeiro acaba valendo a pena. Um médico recebe, em média, US$ 4 mil por mês. Já uma camareira, dependendo do número de quartos que arruma, pode ganhar US$ 2 mil pelo mesmo período. Os contratos de trabalho feitos pelas companhias geralmente duram de três a oito meses.

?Para trabalhar em navios é preciso falar pelo menos o inglês e o espanhol. Geralmente são selecionadas pessoas entre 18 e 42 anos, mas algumas funções independem de idade?, diz Isabela. ?Antes de embarcar, os tripulantes passam por uma série de exames e precisam ter concluído curso de segurança marítima?.

No Sul do País, o Ceceth é o único a oferecer o curso, que tem 35 horas de duração e o aval da Marinha do Brasil. A um custo de R$ 667,00, os alunos aprendem a lidar com riscos, situações de emergência, uso de equipamentos de proteção individual, entre outras coisas.

Tripulantes

O instrutor autônomo Ticiano Rebordão Bruno Pinto, de 28 anos, começou a trabalhar de garçom em navios há um ano e meio. Sua última viagem terminou em fevereiro. Ele conta que não é qualquer pessoa que agüenta a cobrança presente dentro de um navio, mas diz que a experiência é bastante válida. ?Foi trabalhando em navios que eu consegui juntar dinheiro para comprar um imóvel e casar?.

A analista de sistemas Andressa Woellner, 28, largou a profissão na qual é formada para desempenhar a função de camareira. Ela embarcou pela primeira vez em 2003 e deve fazer sua próxima viagem dentro de algumas semanas. ?Ganho mais no navio do que trabalhando como analista de sistemas. É puxado, mas o trabalho me permite conhecer culturas diferentes e adquirir muita experiência?, comenta.

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