INSS: trabalhadores cobram perícias

Trabalhadores afastados por problemas de saúde se reuniram ontem, em frente a agência central do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Curitiba, para protestar contra a Volta Programada ao Trabalho. Pelo sistema, adotado em agosto, os médicos estabelecem um prazo para o fim do tratamento e, depois disso, os segurados podem voltar as suas atividades sem passar pela perícia.

Os trabalhadores afirmam que a medida está gerando problemas. Em alguns casos, o prazo estabelecido pelos médicos não está sendo suficiente para que o quadro de saúde seja normalizado, possibilitando a volta ao trabalho.

Os segurados precisam, então, entrar com um pedido de revisão, que leva cerca de um mês para ser agendado. Durante esse período ficam sem receber o auxílio.

O INSS explica que a medida foi adotada para melhorar o atendimento. O segurado não precisa mais ficar voltando ao instituto para a perícia final e dessa forma, abre vagas para outras pessoas. Além disso, se o trabalhador achar que o prazo não será suficiente, pode entrar com pedido de revisão antes que o tratamento termine.

Na próxima semana, o chefe de Serviço de Gerenciamento de Benefícios por Incapacidade, Simplício Carlos Barbosa, vai receber os trabalhadores para ouvir as reclamações. Ontem, ele conversou com os manifestantes, mas nada ficou definido.

No entanto, as queixas dos trabalhadores não param por aí. Um dos conselheiros da Associação de Defesa dos Lesionados do Trabalho, Fábio da Silva, fala que em vários casos o INSS não configurou o atendimento como acidente de trabalho, fazendo com que alguns segurados perdessem o emprego porque não tinham a estabilidade de um ano garantida.

Fábio diz ainda que a entidade tem distribuído todos os dias entre 14 e 16 cestas básicas para os trabalhadores que pararam de receber o auxílio-doença. Por dia, a instituição chega a atender quase 200 pessoas. Elas reclamam que os seus direitos não estão sendo respeitados. 

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