Índios de Guaíra protestam por melhorias

Cerca de 60 índios da aldeia Tekoá Marangatu, localizada em Guaíra, no oeste do Estado, fizeram uma manifestação, ontem pela manhã, para reivindicar melhorias nas condições de moradia e de infraestrutura do local.

Eles fecharam das 7h ao meio-dia o acesso à balsa que faz a travessia do Rio Paraná, entre a cidade de Guaíra e Salto Del Guairá, no Paraguai. A manifestação provocou congestionamentos no local, já que passam na balsa cerca de 60 caminhões por dia.

Há cinco meses, vários órgãos – como prefeitura de Guaíra e Fundação Nacional do Índio Funai, por exemplo – prometeram uma série de melhorias para os índios da tribo Marangatu, entre elas a construção de uma escola e obras nas estradas de acesso à tribo.

Porém, segundo os índios, nada foi cumprido até agora. A insatisfação se agravou na semana passada, quando as fortes chuvas danificaram as casas da aldeia e, segundo os índios, a prefeitura não prestou assistência.

A Polícia Federal (PF) esteve no local para garantir a segurança. O delegado da PF em Guaíra, Érico Saconato, contou que a manifestação foi pacífica. “Os órgãos tinham prometido as melhorias para 90 dias, mas já se passaram cinco meses e nada foi feito, esse foi o motivo do protesto”, contou.

Depois da intervenção da PF, uma reunião entre representantes da prefeitura de Guaíra, no norte do Estado, Ministério Público Estadual (MP) e Fundação Nacional do Índio (Funai) foi agendada para hoje.

A assessoria da prefeitura de Guaíra informou que vai fazer o que estiver ao seu alcance para as melhorias e não confirmou que uma das reivindicações dos índios fosse a questão dos estragos deixados pelas chuvas.

Segundo a assessoria, há algumas reivindicações que não podem ser respondidas pela prefeitura, o que deverá ser discutido hoje na reunião. A reportagem telefonou várias vezes, ontem à tarde, para a sede da Funai em Guarapuava – responsável pela área de Guaíra -, mas foi informada que a coordenação do local estava em reunião e não poderia atender aos chamados.

O local ocupado pelos índios é uma das travessias principais de caminhões que vão do Brasil para o Paraguai. O acesso pode ser feito pela ponte Ayrton Senna, mas as carretas têm que passar pela balsa para serem vistoriadas pela Receita Federal. Nédio Frare, supervisor de travessia da empresa F. Andreis (responsável pela balsa) não soube informar qual foi a extensão do congestionamento, mas comentou que não houve transtornos para a empresa.