Índios continuam ocupando prédio da Funasa em Curitiba

Dez líderes indígenas do Paraná e o coordenador regional da Fundação Nacional de Saúde Indígena (Funasa), Vinícius Reali Paraná, reúnem-se hoje com a presidência do órgão, em Brasília.

Os índios exigem a recontratação do serviço terceirizado de transporte de saúde nas aldeias do Estado, suspenso no fim de maio por falta de recursos.

Até que se tenha uma definição, os índios caingangues, guaranis e xetás continuam ocupando o oitavo andar do prédio da Funasa no Centro de Curitiba, onde estão desde a última segunda-feira.

O contrato para o serviço de transportes que não foi renovado tem o valor de R$ 328 mil e prevê 128 motoristas e 35 veículos para atender as 42 aldeias do Paraná.

Para o índio caingangue Romancil Cretan, coordenador da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpin-Sul), o governo federal deveria elaborar um plano de trabalho para as equipes multidisciplinares de saúde que atuam nas aldeias.

?Não sabemos se a culpa pelo não funcionamento do sistema é da Funasa ou das organizações não governamentais terceirizadas responsáveis pelo serviço. Mas não adianta só jogar a culpa nas ONGs?, criticou.

Em busca de apoio político, ontem pela manhã uma comissão indígena foi até o Palácio Iguaçu, onde foi recebida pelo secretário de Estado especial para Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira. Os índios pediram o apoio do governador Roberto Requião.

Bloqueio

Uma liminar deferida pela Vara Federal de Guarapuava acabou ontem com o bloqueio dos cerca de 500 índios no quilômetro 476 da BR-277, município de Nova Laranjeiras, região centro-sul do Paraná, em apoio à ocupação em Curitiba.

O pedido de liminar partiu da concessionária Rodovia das Cataratas, que administra o trecho da BR-277 entre Guarapuava e Foz do Iguaçu. A ação requisitava a reintegração de posse, sob pena de multa de R$ 1 mil.

A insatisfação sobre a gerência da Funasa para questões da saúde indígena é nacional. Questionamentos sobre as recentes decisões da presidência da Funasa devem permear a discussão no próximo dia 19, em encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os índios devem pedir o desligamento do presidente da Funasa, Danilo Forte, do cargo, acusado de favorecer seu estado natal, o Ceará, no repasse de recursos.

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