Incra negocia compra de fazenda em Candói

O superintendente estadual do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lisboa de Lacerda, esteve ontem em Candói negociando a compra da Fazenda Campo Real, que está ocupada por mil famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Jocler Jeferson Procópio, membro da Comissão de Mediação de Conflitos Agrários da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), acompanhou a missão.

Segundo Lacerda, a conversa foi com o genro do proprietário, Cláudio Kirila, já que o dono da fazenda é um senhor de 92 anos. “A conversa foi boa. Fizemos eles entenderem que se os sem terra saírem de lá vão apenas migrar o conflito, já que vão se instalar em outro lugar e perpetuar o problema”, disse. Lacerda explicou que o representante do proprietário afirmou que a intenção não é vender a área, mas que o fazendeiro se comprometeu a ajudar o Incra a encontrar outra área na região.

Lacerda também falou com os sem terra, pedindo paciência a eles. Durante a noite, o superintendente se reuniu com os proprietários das fazendas do complexo Cajati, em Cascavel.

Reintegração

Ontem mesmo, a Sesp realizou a reintegração de posse da Fazenda Itambé , em Jundiaí do Sul. Os cerca de oitenta sem terra que ocupavam o local foram retirados pacificamente. Na terça-feira, o Incra anunciou que iria comprar a fazenda para fins de reforma agrária e as famílias invadiram o local.

Durante a ação da polícia, foram encontradas seis pessoas com armas de fogo, que foram detidas e encaminhadas para a delegacia de Santo Antônio da Platina. A polícia também apreendeu outros 30 tipos de armas entre foices, facões e facas.

Interesses

O presidente da União Democrática Ruralista (UDR) de Paranavaí e vice-presidente da UDR nacional, Marcos Menezes Prochet, afirmou ontem, por meio de nota, que existem interesses internacionais por trás dos movimentos sociais brasileiros. Para ele, o fortalecimento do MST e os conflitos no campo enfraquecem o agronegócio brasileiro. Daí, países concorrentes financiam instituições que defendem a reforma agrária.

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